O Português e a Índia
Português caminha onde hoje é Camamu,
Avista uma índia de grande beleza
Na cachoeira das sete pancadas
Aproxima-se com cautela e com destreza
E a ouve cantar feito Iara
Então o lusitano se apaixona com tal sutileza
Ela avista o mancebo
Estranhas suas vestes, mas se insinua
Ele embasbacado não tira os olhos
Daquela pele avermelhada e nua
Eles não se entendiam
Mas fizeram um leito sob a lua
Ele quer adorná-la com ouro
Ela só deseja penas e flores
Ele quer grandes riquezas
Ela quer dias de amores
Apesar de tantas diferenças
Nesse romance não havia dores
Seguem rumo ao horizonte
Nos velejos de uma nau
Promete a ela vida de rainha
Nas terras de Portugal
Náufrago destrói os sonhos...
E no fundo do mar, casamento naval.