"TODO CASTIGO PRA CORNO É POUCO" Cordel de Luiz de Souza

TODO CASTIGO PRA CORNO É POUCO

Cordel de:

Luiz de Souza

I

Se você quer ser um corno

Deseja ser diplomado

Não precisa de estudo

Pra se tornar realizado

II

É só casar com uma quenga

Que goste da badalada

Dar carta branca a ela

Pra enfrentar a noitada

III

O corno para ser completo

não pode ser raivoso

É alegre pra todo mundo

E também para o gostoso

IV

O corno tem um dom

Dado pela natureza

Tem que ser inteligente

Também usar a esperteza

V

Para ser um bom corno

Não precisa se vexar

É só casar com mulher boa

deixar ela namorar

VI

O corno já nasce feito

O seu destino estar marcado

É arrumar uma putreca

Pra completar o babado

VII

Os pés de pano estão ai

Nenhum deles quer casar

Mulher vadia tem muita

Levando a vida em transar

VIII

Na formação do corno

Já dei meu parecer

Escute e observe

O que o corno vai dizer

IX

Agora meus amigos

Preste toda atenção

Veja o que me falou um corno

É de cortar coração

Ele me procurou

Pra fazer um desabafo

Juro que eu não sabia

O problema do safado

X

Ele chegou chorando

Por ser corno conformado

Pediu a mim um conselho

Estava sendo humilhado

XI

Me casei com tres mulheres

Com tres mulheres eu vivi

Por inclive que pareça

vivia muito feliz

XII

A primeira era bonita

Eu amava muito ela

A safada nas noitadas

Era pior do que cadela

XIII

Eu não dizia nada

De tudo eu sabia

O importante que eu tinha

A minha regalia

XIV

Me casei com a segunda

Mulher inteligente

Casou-se comigo

Mais já tinha seu pretendente

XV

A terceira era bem feita

Parecia um avião

Eu vivia apanhando

Do tal do Ricardão

XVI

Desisti de ser corno

não podia ficar assim

Procurei uma mulher

pra tomar conta de mim

XVII

Quando eu não esperava

Estava sem solução

Uma garota apareceu

Ganhou meu coração

XVIII

Era uma cabloca

Dos olhos engatiado

Desta tipo violão

Do traseiro avantajado

XIX

Ela era muito feia

Segurei com duas mãos

Com certeza vai dar certo

Vou sair desta aflição

XX

Ela me revelou

Que estava no abodono

Pensei comigo mesmo

Eu estou me arrumando

XXI

Com certeza vai dar certo

Vou sair do abodono

Porque mulher feia e burro

Só quem procura é o dono

XXII

Amigo deu tudo errado

Comigo deu azar

Eu sabia de coisa

Que não posso revelar

XXIII

Esta mulher namorava

Dia e noite, noite e dia

Qualquer um que chama-se

Ela não escolheria

XXIV

Eu queria sair

Daquela situação

Queria viver feliz

Como qualquer cidadão

XXV

Eu estou desesperado

Tomei outra decisão

Vou arrumar outro amor

Pra dar meu coração

Talvez com um viado

Não vou ter decepção

Autor Luiz de Souza

O velho Maluco.

VELHO MALUCO
Enviado por VELHO MALUCO em 05/12/2010
Código do texto: T2655063
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