Vida da capitá e a vidinha da roça

Airam Ribeiro

Queridio sexteto de seis

Pessoas qui quero bem

Eu vô dizê pra ancêis

As coisa qui na roça tem

Pra nóis nun se brigá

Vô falano derna de já

Qui tê respeitio convém.

É só a gente se arrespeitiá

Pois deferença sempi tem

Nóis na roça rispira bom ar

Mais o pogréço aí faiz bem

Nóis aqui o fejão vai cuiê

Pra ir aí na cidade vendê

As ajudança é bom tomém.

In matéra de ta assiado

É no mato qui nóis vai cagá

Os baiêro de ancêis é lavado

Aqui vira cumida dos animá

Pra limpá aí se usa papé

Aqui sabe cuma é né

É mato mermo qui nóis vai uzá.

As suas vidinha istrambóica

Aqui tudo nóis ta sabeno

É o aparei parabóica

Nela nóis tudo vai veno

Na cidade tem artomovi sim

Aqui na roça é o jeguin

É nele qui nóis muntemo.

A vidinha de capitá

Penso eu qui é ancim

Tem muitias luis pra clariá

E carças feitia de brim

Na roça é os pirilampo

Qui traiz as luis pro campo

Nas bunda cum seus brilhin.

“Na cidade corre uns fio

Qui sem fosco nem pavio

De arrepente acende os lampião

Diz os povo da cidade

Qui é as inletricidade

É qui faiz aquela iluminação.”

Pra róça vai o trabaiadô

Cum sua inxada amolada

Na cidade se pega o metrô

E é u’a carrera danada

Lua na cidade ninguém vê

Na roça cêis pode crê

Ela é toda alumiada.

Na cidade tem coisa boa

Cuma na roça tem tomém

Caminhando na roça se soa

E na cidade se anda de trem

Mais iantes qui eu isqueça

Quando a muié tem dô na cabeça

É da cidade qui o rimédio vem.

Eu só min axo a disvantage

É no céu qui a gente vê

Na cidade o céu tem a image

De um dia a iscurecê

Já aqui na roça não

Aqui nun tem puluição

É só vim aqui para crê.

Na cidade tem curreria

Na roça é tronquilidade

Mais as labuta do dia a dia

Tem na roça e na cidade

Nun se cansa de trabaiá

Nesse Brasí nacioná

Para a progrecividade.

Na roça se bebe água pura

Sem o cloro nela botá

Dece do morro cum fartura

Nun percisa ninguém pagá

Na cidade tem gente boa

Na roça tem boas pessoa

Nisso tudo somos iguá.

E pur aqui vô parano

Cordé grande ninguiém lê

A priguiça do ser humano

Já vem quando vai nascê

A leitura é u’a viagem

Mais eles pur sacanagi

Da perferênça a TV.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 03/12/2010
Código do texto: T2651082
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