Min perdoa pur tê sumido!
Deixei este comentário na sala de Marina Alves “na poesia Viu meu bem, por aí?”
MIN PERDOA PUR TÊ SUMIDO
Airam Ribeiro
Tava ino eu te percurá
Mais de repente ascuçedeu
A cabeça cumeçô virá
Minha mente iscureçeu
Intão vêi o isquicimento
E derna aquele momento
Nun sabia quem era eu.
Saí pelo mundo afora
Ca mente disguvernada
Nun sabia de tempo nem hora
E nem da mulher amada
Para mim eu nun izéstia
De tristeza eu já vivia
Cum a mente aturduada.
Drumia nos banco da praça
Teno a lua pur cumpanhia
Tava ca vida sem graça
Sem tristeza, sem aligria
Tano ca mente incroada
Nun ta sabeno de nada.
Nem dos povo nem da famia.
Inté qui nu sõin te via
Mais tava ni outro lugá
Nessa hora tive aligria
E dizejei num mais acordá
Quando acordei de verdade
Eu vortei a realidade
De nun sabê donde ta.
Andano cuma indigente
Trupecei cai no xão
Um relampo deu na mente
Qui apariceu um clarão
Recuperei os sentido
Min perdoa pur tê sumido
Nun foi curpa de mim não.
Já tudo iscrarecido
Istô eu aqui de vorta
Eu já istava sumido
Pur esse mundão sem porta
A vorta é o quintereça
Vem logo aqui dipréça
Vem min da u’a comporta.