Min perdoa pur tê sumido!

Deixei este comentário na sala de Marina Alves “na poesia Viu meu bem, por aí?”

MIN PERDOA PUR TÊ SUMIDO

Airam Ribeiro

Tava ino eu te percurá

Mais de repente ascuçedeu

A cabeça cumeçô virá

Minha mente iscureçeu

Intão vêi o isquicimento

E derna aquele momento

Nun sabia quem era eu.

Saí pelo mundo afora

Ca mente disguvernada

Nun sabia de tempo nem hora

E nem da mulher amada

Para mim eu nun izéstia

De tristeza eu já vivia

Cum a mente aturduada.

Drumia nos banco da praça

Teno a lua pur cumpanhia

Tava ca vida sem graça

Sem tristeza, sem aligria

Tano ca mente incroada

Nun ta sabeno de nada.

Nem dos povo nem da famia.

Inté qui nu sõin te via

Mais tava ni outro lugá

Nessa hora tive aligria

E dizejei num mais acordá

Quando acordei de verdade

Eu vortei a realidade

De nun sabê donde ta.

Andano cuma indigente

Trupecei cai no xão

Um relampo deu na mente

Qui apariceu um clarão

Recuperei os sentido

Min perdoa pur tê sumido

Nun foi curpa de mim não.

Já tudo iscrarecido

Istô eu aqui de vorta

Eu já istava sumido

Pur esse mundão sem porta

A vorta é o quintereça

Vem logo aqui dipréça

Vem min da u’a comporta.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 27/11/2010
Reeditado em 27/11/2010
Código do texto: T2639959
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