Falano da fome prum istrangêro.

Falano da fome prum istrangêro.

Airam Ribeiro 26/11/2010

I tavéu cuiêno uns maxixi

Decis do xão rastêro

Quando ispantei: vixe!

Quem é ocê istrangêro?

Qui xega ancim sem intrá

Qui vai xegano digavá

dento do meu terrêro?

Uati taimi is iti?

E pro maxixi ele oiô

Nun intindí o seu iti

Qui ocê min preguntô

Mais se está se arrefereno

Ao maxixe qui ta veno!

Já respondo pro sinhô.

Esse produto rabudin

Qui o sinhô prele oiô

É o nosso maxixizin

Qui nos deu O Criadô

Esse bixin quase sem nome

É ele qui mata a fome

Quando ela se rói de dô.

Foi meu pai de criação

Quando inda era piqueno

Já cumí dele um montão

Quando as tripa ia rueno

Era ele e o cariru

Nun izéstia nem o xuxu

Tempo duro! Mais pacemo!

Tomém tinha beldruégua

E o gostozo do gandó

A palma cumida de égua

Era boa e maismió

E pra cumpretá a sumana

Mãe pegava a verde banana

E transformava ni godó.

Haven't met this food

Nun é metança cumpade

Nóis só faiz o qui pode

A fome na minha idade

Matava tudo qui tava no xão

Nóis vivia inté cum ilusão

Bem de junto déssa mardade.

And today is better?

Se ta hoje maismió?

Sabe seu istrangêro beté

Deus teve de nóis, dó

Hoje nóis tem arroz e fejão

E pra ganhá a inleição

Vêi a borça famia intão

Qui siscurrega no gogó.

That bag family is this?

Cuma ispricá pro sinhô!

Pra cumeçá nun foi eu qui fiz

Borsa famia seu dotô

É a sabença do minino

Pra gambelá uns nordistino

Nos riquizito eleitorêro.

I'm going away!

Foi meu prazê proziá

Leva u’a arresta de ai

Qui é pro sinhô alembrá

Desse véio rocêro.

Inté a vorta istrangêro

Quando quizé pode vincá.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 26/11/2010
Reeditado em 29/11/2010
Código do texto: T2638089
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