A QUEDA DA COROA NO REINO DO FORMIGUEIRO

Gosto muito de estudar

As coisas de antigamente

Lendas, parlendas, estórias

Contadas por nossa gente

E estudando vou usá-las

Pretendendo aprimorá-las

Pra contá-las no presente.

Tudo era diferente

Nos reinos da bicharada

Os bichos todos falavam

Em linguagem variada

Mas sempre tinha um vivente

Como existe muita gente

Que vive de trapalhada.

A vida era sossegada

No Reino do Formigueiro

Com uma imensa família

Que mandava no foveiro

Com tudo que é reinação

E o imperador Formigão

Reinando no pardieiro.

Gosto muito de estudar

As coisas de antigamente

Lendas, parlendas, estórias

Contadas por nossa gente

E estudando vou usá-las

Pretendendo aprimorá-las

Pra contá-las no presente.

Tudo era diferente

Nos reinos da bicharada

Os bichos todos falavam

Em linguagem variada

Mas sempre tinha um vivente

Como existe muita gente

Que vive de trapalhada.

A vida era sossegada

No Reino do Formigueiro

Com uma imensa família

Que mandava no foveiro

Com tudo que é reinação

E o imperador Formigão

Reinando no pardieiro.

A pasta da educação

Foi pra Sassará Vermela

Uma sapatão declarada

Que em tudo se assemelha

Com o Mosquito, rei da farra,

E foi morar com a Cigarra

Debaixo de uma telha.

Outra Formiga Vermelha

Prima do Dom Formigão

Farrista e arruaceira

Também era sapatão

Com a Mosca, sua empregada,

Por ser mais organizada

Ficou na coordenação.

Pra Saúva a ocupação

Era cuidar dos jardins

Dos palácios da família

Comandando os Mucuíns

Enfim, qualquer ordenança,

Tinha como liderança

Os parentes e afins.

Todas armações ruins

Mas que fossem lucrativas

Tinha que ter sangue nobre

Comandando as comitivas

E pra não ter desafeto

Dominavam todo inseto

E outras criaturas vivas.

As baratas, mais ativas,

Não quiseram concordar

Com as ordens do Formigão

E sem ninguém desconfiar

Fingiram animosidade

Porém, na realidade,

Começaram a investigar.

Um velho Tamanduá

Das formigas inimigo

Prometera ao Dom Barata

Usar severo castigo

Com os corruptos encontrados

E logo foi consagrado

Das baratas grande amigo.

No reino dos inimigos

No caso o Dom Formigão

Tudo corria tranquilo

Na mais perfeita união

Crentes que estavam podendo

Sem saber que estavam sendo

Víitmas de investigação.

Começa a devastação

No Reino do Formigueiro

Bucho de várias espécies

Do Brasil e do Estrangeiro

Tudo fantasma inventado

Sem saber que eram usados

Pra lavagem de dinheiro.

Já no embate primeiro

Descobriram o Jabuti

Que era chefe dos correios

E o matreiro Siri

Na marinha era o mandante

Tendo como ajudante

O malandro do Quati.

Foi nomeado o Saguí

Para chefe aduaneiro

Fazendo muita muamba

Ganhando muito dinheiro

Gerenciando a Poupança

Com Camundongo ordenança

Vestido de marinheiro.

O Mosquito era enfermeiro

Tinha muita ocupação

Andava sempre zunindo

Dando na tropa injeção

De vacina e anestesia

Combatendo noite e dia

O mosquito da sezão.

Para a comunicação

O Macaco experiente

Passava a vida feliz

Sempre baludo e contente

Com sua sabedoria

Preenchendo nota fria

Enganando muita gente.

Enfiim, cada expediente

Tinha um suposto mandão

Mas nenhum bicho envolvido

Sabia dessa armação

Pois todo alto salário

Só tinha um destinatário:

A conta do Formigão.

Descoberta a corrupção

Reinante no formigueiro

Foi uma revolução

No campo e no tabuleiro

Todos querendo saber

Como agir pra receber

Sua parte no dinheiro.

Um Bode pai de chiqueiro

Berrando alto dizia

Que o dinheiro era fantasma

E ninguém receberia

Essa sua afirmação

Aumentou a confusão

E começou a porfía.

Quase todo mundo ria

Do Bode pai de chiqueiro

Que ficou envergonhado

E desertou do terreiro

Na surpresa dessa hora

Por causa de umas estórias

Que revelou o Carneiro.

Na porta do formigueiro

Houve até pancadaria

Quebraram a perna do Gato

Furaram os olhos da Jia

Preá esperto correu

E o Mocó esmoreceu

Na presença da Cotia.

Tamanduá de vigia

Mandou parar a quermesse

Dizendo: - É caso sabido,

Quem apanha nunca esquece,

Briga entre nós não convém

Pois toda formiga tem

O governo que merece.

Lá não há quem se interesse

Em apurar o passado

Se alguém se suicidou,

Se alguém foi assassinado,

Vale é tentar esconder

Novas eleições vencer

E continuar o reinado.

Nós estamos avisados

Da ficha suja existente

Vamos fazer eleição

Com todo bicho presente

E através desse pleito

Caçar todos os direitos

Do Formigão prepotente.

As Sanguessugas na frente

Se preparam pra votar

Mas encontraram barreira

Do velho Tamanduá

Que disse: -Saiam, bandidas!

Vocês estão envolvidas

E podem se retirar.

Vendo a casa desabar

A Sassará sapatão

Se uniu com a Formiga

Que era da coordenação

Para achar uma saída

Formar uma contra partida

Pra salvar o Formigão

Mas a luta foi em vão

A verdade floresceu

Não existe mais fantasma

Tudo desapareceu

Formigueiro desabou

Tamanduá se fartou

Com as formigas que comeu.

Essa história aconteceu

Não é só conversa à toa

Dom Formigão foi punido

Se escafedeu da lagoa

A floresta ganhou vida

Formiga foi esquecida

E o rei perdeu a coroa! Feira de Santana,08/10/2010

Zé Lacerda
Enviado por Zé Lacerda em 18/11/2010
Código do texto: T2623639
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