Mecrofone? Deus min livra!

Mecrofone? Deus min livra!

Airam Ribeiro 07/11/2010

Das coisa qui tenho pavô

U’a é esse ta de mecrofone

Minha pele já muda de cô

Só quano eu falo esse nome

Eu cumeço a gaguejá

Qui nun sai nada no falá

Pruquê da garganta ela some.

Mindá u’a dizinteria

Qui suó cumeça a pingá

Eu fico nu’a grande agunia

Dessas de não min controlá

As mão cumeça a tremê

Qui a vontade é de corrê

Só o medo qui min dá.

É só ocê e aquele trem

E o povo a esperá!

E muitias fala qui nun convém

As vêiz se sorta no ar

Eu côrro inté sem tê luz

Iguá o diabo corre da cruz

Só prece bixo eu nun pegá.

Muitas pessoa eu adimiro

Quando nesse bixo fala

Fico apreciano o Ramiro

Nun raidin qui tem na sala

As coisa bunita convém

Tudo falado naquele trem

Ispricadim... As clara!

Quando oiço o Adevande

O Edigá ou Sirvo Santo

Aquélas voiz qui se espande

Ni Itaêm in cada canto

Eu fico assim assuntano

E parabém vô lis dano

Isso eu mermo agaranto!

Eles fala sem nem tremê

E sem mermo se gaguejá

Da gosto inté a gente vê

Esses povo cumunicá

São uns povo inteligente

Parabém pra essa gente

Qui bota as palavra no ar.

Eu aqui fico ca minha sina

De cê um grande covardão

Cê já nasce, ninguém insina

Falá ni mecrofone não

A minha sina é o cordé

No meu punho eu boto fé

Essa é qui é a questão.

É cada quá nos cada quá

Falô o matuto sem nome

Quem nasceu pra cordelá

Num mexe ni mecrofone

Nun quero tê dizenteria

Tô longe dessa ingrizia

Inté qui a terra min come.

Se prua trevista ocêis min xamá

Vê se perto tem privada pur favô

É o meu ponto de vista ta

Barriga nun avisa quano vem a dô!

Pra despois num min vim recramá

Qui eu sujei os seus lugá

Onde fica ocêis locutô.

Mecrofone? Deus min livra

De falá nessa ingrizia!

Ocêis qui tão na ativa

Nun sabe o qui é u’a dizinteria

Nun sabe o qui é u’a carça cagada

Nem dos rizo das moçada

Qui fica nas iscuitas do dia.

Agora aqui minha defesa

Min da um lápis e um papé

Min dexa lá no canto da mesa

Sozin a min meditá no cordé

O lápis é meu mecrofone

Qui bota as rima nos nome

Pra ocêis falá quano quizé..

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 07/11/2010
Reeditado em 09/11/2010
Código do texto: T2602353