Cordel pra Noel
Poeta, nasceu na Vila
de feitiço e beleza.
Vila, o berço do samba,
seu nome é de princesa.
Foi em Vila Isabel,
terra do grande Noel
que eu vi sua pureza.
Do bar vinha o batuque,
luzia ali uma vela.
Nome do grande amor
brilha em “fita amarela”.
Mesmo se ele morrer,
e antes do sol nascer,
cantará sempre à ela!
O café no botequim,
já cheio de alegria:
média, pão com manteiga,
alta era a luz do dia.
Na Lapa dos cabarés,
sapato branco nos pés,
seus sambas ele escrevia.
Quem acha sempre se perde,
cantava numa oração.
Não era do seu feitio
dormir com a solidão.
Vivia apaixonado,
mulheres tinha ao seu lado;
Ceci foi sua paixão!
Guardava muitos amigos,
a quem doava canções:
Chico, Mário e Aracy,
Ismael, seus violôes.
Malandro, terno de linho;
em casa, chega cedinho;
terror de muitos patrões!
Mas qual será sua roupa?
No samba é meu convidado;
Com o Bando de Tangarás
começa seu magistrado.
Hoje, quem é bacharel
batuca ao som de Noel,
seu samba é sempre lembrado!