Cordel pra Noel

Poeta, nasceu na Vila

de feitiço e beleza.

Vila, o berço do samba,

seu nome é de princesa.

Foi em Vila Isabel,

terra do grande Noel

que eu vi sua pureza.

Do bar vinha o batuque,

luzia ali uma vela.

Nome do grande amor

brilha em “fita amarela”.

Mesmo se ele morrer,

e antes do sol nascer,

cantará sempre à ela!

O café no botequim,

já cheio de alegria:

média, pão com manteiga,

alta era a luz do dia.

Na Lapa dos cabarés,

sapato branco nos pés,

seus sambas ele escrevia.

Quem acha sempre se perde,

cantava numa oração.

Não era do seu feitio

dormir com a solidão.

Vivia apaixonado,

mulheres tinha ao seu lado;

Ceci foi sua paixão!

Guardava muitos amigos,

a quem doava canções:

Chico, Mário e Aracy,

Ismael, seus violôes.

Malandro, terno de linho;

em casa, chega cedinho;

terror de muitos patrões!

Mas qual será sua roupa?

No samba é meu convidado;

Com o Bando de Tangarás

começa seu magistrado.

Hoje, quem é bacharel

batuca ao som de Noel,

seu samba é sempre lembrado!

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 06/11/2010
Código do texto: T2601058
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