Paixão iscundida no peito - interagindo com Hull de La Fuente - dueto

Interação do poeta Airam Ribeiro para meu texto “Noiva di Chicu Bentu”.de Hull de La Fuente http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2584122

Paxão iscundida nu peitu

(dueto com Airam Ribeiro)

Inda alembro era minino

Lá na iscolinha do interiô

Eu num era muitio ladino

Nessa questão de amô.

Te amava as iscundida

Mais cum a alma firida

Eu fui sempre um sofredô.

Inquanto tu batia as aza

Pra xico Bento o facêro

Eu ia pra minha casa

Cum meu distino traiçuêro

Pru cauza dum caipira

Quagi qui cum u’a imbira

Minforcava no dizispêro.

Ele fugiu cum a Rozinha

Te dexano num dizalento

Pensei, ela agora é minha

Vai isquecê Xico Bento

Mais pra mim ocê num oiô

E eu cuntinuei cum a dô

Sem isperança só tormento.

Inté oji inda te ispéro

Istá aberto meu coração

Xico Bento ta cum ôtra

Ele num gosta docê não

Ele num te qué nem sabê

Vem pra quem gosta de ancê

Vem matá minhas paxão.

Joga essa aliança fora

E óia mais para quem te qué

Vamos juntá os pano agora

Bota no meu amô mais fé

Eu vô te ajudá a isquecê

Aquele que te fez sofrê

E seja lá o qui Deus quizé.

MUSA DU PASSADU

Hull de La Fuente

Si tu sufria na iscola

Purqui nunca falô nada?

Pra ninguém eu dava bola

Eu era invergonhada.

Só cum meus dizesseis anu

Mudô tudim us meus pranu

Pur ficá inamorada.

Eu nunca bati as aza

Pois meu pai nunca dexô

Eu namorava im casa

Nunca fui di fulosô.

Fui gostá di Chicu Bentu

Mais issu inda lamentu

Minha vida si atrapaiô

Si ocê di mim gostava

Pra mim nunca demonstrô

Cas outra ocê brincava

Ti vi inté danu flô.

Nas trança da Filumena

Ocê pois uma açucena

E um versu decramô.

Ocê casô ca Maria

Pur ela era apaxonadu

Teve uma renca di fia

I cuntinuô caladu?

Dispois seu céu fico turvu

Quano ocê fico viúvu.

Nunca mi mandô recadu.

Mais si é verdadi a paxão

Qui ocê senti pur eu

Dependi da cundição

Vô ti aceitá meu Romeu.

E a parti dessa óra

Jogo a aliança fóra

Já ti cunsidéru meu.

Airam Ribeiro

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Essa musa do passado

Min deu tanta inspiração

Ficava te oiano de lado

Quagi lôco de paxão

Pru cauza de Xico Bento

Eu nun tumava intento

Isperano a ocasião.

Um dia levei u’as fulô

Inté maginava a sena

Eu ia te falá de amô

Mais eis quem te acena!

Fiquei cum reiva no momento

Tu se abraçô Xico Bento

Eu dei as fulô Filomena.

Inté préla uns verso fiz

Mais tava oiano procê

A muié qui num mi quis

E qui min fazia sofrê

Da Filó eu min afastei

Pois dela nunca gostei

Pois só pensava ni ocê.

E ocê cuntinuava

Cum Xico Bento incrontá

Antonce eu min afastava

De ocê bem digavá

Foi quando cuicí um dia

U’a muié de nome Maria

Qui cum ela eu fui cazá.

Mais o distino num quiria

E fez a preparação

Levô Maria um dia

Vi saino no caxão

Dexano os fio duente

E os pobrizin inocente

Fui criá sem condição.

Eles intão se crescêro

E o mundo eles ganhô

De mim dizaparicêro

E sozin sem ninguém tô

Mais agora te incrontei

E jamais eu dexarei

Iscapá ocê meu amô.

Ta quais pronto o ranxin

A inergia nóis usa o luá

Tulevizão é a jinela

Para o céu nóis oiá

As luis vem dos pirilampo

E os ares puro do campo

É qui nóis vai respirá.

A água vem lá da serra

Onde tem u’a nascente

Ela vem imbáxo das terra

Vem nos cano tô ciente

Nóis vai bebê água pura

Pois ela vem cum fartura

Sem ninguém cobrá da gente.

E lá naquele ranxin

Nóis vai relembrá o passado

Ao lado da fogueira e quentim

Nóis vai cumê mio assado

E nas noite de São Juaão

Nóis vai dançá no salão

Agarradim, abraçado.

http://osertaoempoesia.blogspot.com/2010/10/reencarnacao-dum-sabia-airam-ribeiro.html

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 02/11/2010
Código do texto: T2592129