Terra de ninguém* Autor: Damião Metamorfose.

*

Eu comparo a violência,

Do mundo globalizado.

Com tantos crimes e roubos

Que existem por todo lado.

Com um boi no pasto gasto,

A uma boiada no pasto,

Dividindo esse bocado.

*

Sai coice pra todo lado.

Patadas e empurrão.

O boi sabe usar os chifres,

Os homens brigam na mão.

Na pedra e faca peixeira,

Revolver e mira certeira

De mísseis, bomba e canhão.

*

Homem tem fome de pão,

Mas não divide a comida.

Quando está só, se farta,

Mas ao tê-la dividida.

Esquece a inteligência,

Parte para violência

E a barricada é erguida

*

Transforma-se em homicida

E suicida também.

Por não saber dividir

O que ele pensa que tem.

Ai começa o combate

E nesse bate e rebate,

Acaba morrendo alguém.

*

O boi não sabe a que vem,

Na sua missão na terra.

Quando sente fome ou sede,

Vai para a porteira e berra.

O homem sai assaltando,

Matando ou sequestrando,

Por ambição faz a guerra.

*

O boi não sabe que erra,

Não pensa nem compreende.

Luta pra ter mais espaço,

Mas sempre um dos dois se rende.

O homem estando rendido,

Diante do enfurecido,

Morre e nem se defende.

*

O pobre boi não entende,

Seu espaço resumido.

E morre de fome ou sede

Mas não mata o combatido.

O homem entende sim,

Porem com instinto ruim,

Mata e acha é divertido.

*

O boi não tem o sentido

Nem tem a compreensão.

Se ele soubesse faria

Com certeza, a divisão.

Já o homem ambicioso

É um animal perigoso,

Mata pai, filho e irmão.

*

O boi não tem ambição,

Nem sabe a força que tem.

Se soubesse com certeza,

Usava fazendo o bem.

Homem sabe, usa e faz guerra,

Por isso o planeta terra,

Virou terra de ninguém.

*

Fim

*

23/10/2010

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 23/10/2010
Reeditado em 23/08/2016
Código do texto: T2574685
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