ERA MIÓ O SERTÃO QUANDO NUM TINHA INEGIA

ARELEMBRO CUM SORDADE

DOS MEU TEMPO DE CRIANÇA

NUNCA ME SAI DA LEMBRANÇA

NOSSA PAIÓÇA PIQUENA

QUANDO A NOITE SERENA

DE NÓIS O SÓR SE ISCUNDIA

ERA AQULE ALIGRIA

VER DA LUA O CLARIDÃO

ERA MIÓ O SERTÃO

QUANDO NUM TINHA INEGIA

MAMÃE BOTAVA O CAFÉ

PAPAI VINHA DO TERREIRO

ACENDIA O CANDINHÊRO

PINDURADO A CUMIÊRA

MÃE TRAZIA MACACHÊRA

ALI NÓS TUDO CUMIA

AI MEU PAI SE BENZIA

AGRADECENO O PÃO

ERA MIÓ O SERTÃO

QUANDO NUM TINHA INÉGIA

ADISPOI NÓS SE DEITAVA

CADA QUA NA SUA REDE

NUM CANTINHO DA PAREDE

EU OIAVA MEU IRMÃO

QUE SENTADO JUNTAVA AS MÃO

E A DEUS AGRADECIA

E PROS PECADO DO DIA

TAMBEM PIDIA PERDÃO

ERA MIÓ O SERÃO

QUANDO NUM TINHA INEGIA

ACORDAVA COM O GALO

O NOSSO DISPERTADOR

E A VOZ DUM LOCUTÔ

IM UM RAIDINHO DE PIHA

QUANDO O DIA AMENHICIA

MINHA MÃE NO SEU PILÃO

BATIA O CAFÉ ENTÃO

NUMA MAIÓ ALIGRIA

ERA MIÓ O SERTÃO

QUANDO NUMTINHA INEGIA

ADISPOI DESSA INEGIA

TUDO FICÔ DEFERENTE

O POVO DOIME NA FRENTE

DUM TREVELISÃO LIGADO

VAI TARDE PRA O ROÇADO

VORTA ANTE DA MEI DIA

MODE VÊ TREVELISÃO

ERÁ MIÓ O SERTÃO

QUANDO NUM TINHA INEGIA

NAS CUZINHA, GELADÊRA

NOS QUARTO, VENTILADÔ

NA LAGOA UM MOTÔ

LEVANO ÁGUA PAS PIA

E O POTE DE ÁGUA FRIA

NINGUEM LHE DÁ TENÇÃO

O GALO CANTA EM VÃO

NO AMNHECÊ DO DIA

ERA MIÓ O SERTÃO

QUANDO NUM TINHA INEGIA

A RADHA QUE AGENTE UVIA

A VOZ DOS RADIALISTA

OS CANTÁ DOS REPENTISTA

A TARDINHA IMPROVISANO

E NÓS TUDO ADIMIRANO

NUM RÁDHIO DE QUATO PIHA

A HORA DA VIGE MARIA

ERA A MAIÓ DEVOÇÃO

AGENTE DAVA A BENÇÃO

AS SEIS HORA E A MEI DIA

ERA MIÓ O SERTÃO

QUANDO NUM TINHA INEGIA

Aristóteles Lima
Enviado por Aristóteles Lima em 23/10/2010
Reeditado em 23/10/2010
Código do texto: T2574272