TRANSA
NA ARCA DE NOÉ.



É um conto engraçado,
Difícil de acreditar,
Quem não tem o que fazer,
Nunca deixa de inventar,
Vejam só como é que é,
Até o patriarca Noé,
Não pode dele escapar.

Conta-se que na tal arca,
Quem podia imaginar,
Que aquela bicharada,
Fosse isso praticar,
Na grande embarcação,
Não faltou disposição,
Pra bicharada transar.

O chamego era de mais,
Que Noé se perturbou,
Vendo aquele alvoroço,
E a zona que virou,
Como um pensante capaz,
Pra transa dos animais,
Uma lei ali decretou.

Então toda a bicharada,
Pra ouvir essa tal lei,
Em uma grande assembleia,
Como terminou não sei,
Porem dizia o decreto,
Transas só em dias certos,
E foi assim que se fez.

Então o grande patriarca,
Pra não se ver encrencado,
Disse a toda a bicharada,
O decreto já foi promulgado,
Isso é pra todos vocês,
Transar aqui cada vez,
Somente em dia marcado.

A bicharada na arca,
Foram assim controladas,
Cada um tinha um cartão,
Com a tal data marcada,
Estava tudo muito bem,
Até que chegou alguém,
Brava e envergonhada.

Os bichos todos aceitaram,
Os reclamos da tal lei,
Porem o tal de macaco,
Bicho tranqueira de vez,
Com sua ficha marcada,
Contou para a bicharada,
A grande burrice que fez.

Porem seu dia de transa,
Quarta Feira foi marcado,
Sendo às três horas da tarde,
Pois ficou tudo arrumado,
Macaco é malandro manso,
Doido pra afogar o ganso,
Não se conteve calado.

Passava pela macaca,
No meio da bicharada,
Já está chegando o dia,
Da transa tão esperada,
Aqui todos vão saber,
Quarta as três tu vais sofrer,
Deixando-a encabulada.

Assim dizia todo instante,
Na frente dos outros bichos,
Deixando a pobre macaca,
A perguntar-se pra que isso,
Não tendo como suportar,
Foi pra Noé reclamar,
Fez isso só por caprichos.

Disse a macaca a Noé,
Isso é mesmo um absurdo,
Já estou envergonhada,
Com aquele abelhudo,
Que está sempre a dizer,
Quarta você vai sofrer,
Na frente de todo mundo.

Quero que o senhor vá lá,
E chame-lhe a atenção,
Pois não se faz essas coisas,
No meio da multidão,
Sei que temos que transar,
Mas desse jeito não dá,
É mesmo uma aberração.

Noé chamou o macaco,
E perguntou a história,
Como é esse negócio,
Que dizes a cada hora,
O macaco então falou,
Vou contar para o senhor,
O que se deu nesta hora.

Ele disse-lhe o senhor,
Não sabe o que aconteceu,
Pois eu perdi no baralho,
O cartão que o senhor deu,
Na bobeira de um momento,
Apostei com um jumento,
E o sacana me venceu.

Pois perdi nessa partida,
Só me resta lamentar,
Entregando pro jumento,
Meu direito de transar,
Eu sei que mereço couro,
Mas aposta não tem choro,
Quem perde tem que pagar.

É por isso que eu digo,
Que a macaca vai sofrer,
Pois ela nem desconfia,
O que precisa fazer,
Pra se safar dessa fria,
Pois a jeripoca pia,
Na hora do vamos ver.

Noé contou a macaca,
O que o macaco aprontou,
Ela ficou mais furiosa,
Pra Noé assim falou,
Esse é meu juramento,
Que ele pague pro jumento,
Pois foi ele quem jogou.

Dessa vez era a macaca,
Que dizia a bicharada,
Nosso amigo se ferrou,
Fazendo a coisa errada,
Agora é que eu quero ver,
O que ele vai fazer,
Pra sair dessa enrascada.

É apenas uma piada,
Que se conta por ai,
Presepada de macaco,
Difícil de a gente se sair,
Então com lápis e papel,
Transformei nesse cordel,
Pra ficar melhor pra rir.

14/10/2010.
CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 14/10/2010
Reeditado em 23/10/2010
Código do texto: T2556598
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