O BÊDADO E A CATREVAGEM - CAUSO

Nunca deixe seu sorriso

No meio da multidão

Muito menos pisque um olho

Sem apontar direção

Pois uma coisa é verdade

Diz a probabilidade

Que com desvio-padrão

A chance tá na metade

De chegar numa beldade

Ou numa mulher dragão!

Também não deixe que o álcool

tire sua sanidade

Pois a merda que se faz

Fica pra posteridade

E não vai adiantar

No outro dia falar

Que não lembra nem metade

Muito menos inventar

Que fez pra exercitar

O bem e a caridade!

Digo isso por Cornélio

Um cabôco abestalhado

Que se espalhou num show

Sorrindo pra todo lado

Até quando de repente

Parou bem na sua frente

Um chupa-cabra chupado

Com um olho pro poente

O outro para o nascente

E um riso desdentado!

E o dito alucinado

Atracou-se com o cão

No meio de todo mundo

Tome beijo e pegação

Era aquela extravagância

Que olhando dava ânsia

Alergia e comichão

E nisso só por vingança

Um bebum dizia: avança,

Desce mais a tua mão!

Pois depois dessa ação

Desse ato inconseqüente

Sem falar do seu sumiço

Com a princesa sem dente

Desculpe se é preconceito

Mas Cornélio foi eleito

Como o bebo mais valente

E eu digo sem despeito

Eu acho mesmo é bem feito

Por beber mais que a gente!

João Pessoa, 05/10/2010.