O homem e o coelho
Ai, ai, ai, meu padre Cícero
Volta aqui pra me acudir,
Pois cheguei tarde em casa
E levei uma vassourada
Bem no meio da virilha,
Que até o coelho da páscoa
Correu pra não ouvir.
O berro feio que dei,
A careta horrível que fiz,
Reclamei quando voltou:
Porque me abandonou?
Quando de ti mais precisei!
Naquele terrível momento de dor?
Respondeu-me desavergonhado
Com cara de gozado:
O senhor tava tão apertado
Que fui à granja apressado
Encomendar uma dúzia
Para lhe restituir.
Pois homem que é homem
Jamais vive amputado
Daquilo que lhe faz macho,
Viril e desejado,
Volto já com eles aqui.
Nessa terra violenta
Uma fêmea ciumenta,
É capaz de tamanha desgraça,
Prejudicando o que mais lhe faz graça,
Lhe deixa feliz e jocosa,
Satisfeita e poderosa.
Eta! Amor louco!
Como este nunca vi!