JOAO SEM SOBRENOME (a volta para casa.) parte 19
de bETO RAMI & ANTONIO JUCELI
João logo lembrou
Do mal que essa gente fazia.
Usar aquele chicote
Ate que gostaria
Mais tendo alma boa
O coração não consentia.
E perguntou ao carcereiro
Quando seriam libertados.
_Nunca! Disse rindo tanto
Que quase caiu sentado.
Nem se estivessem no céu
Teriam os débitos saldados.
João enfiou a mão no bolso
E foi logo pegando.
Todo ouro que tinha
e na mesa foi espalhando
_estou pagando as dividas
nao fique ai me olhando.
O carcereiro vendo aquilo
Ficou sem nada entender.
E disse. -_Meu rapaz
O que pretende fazer.
Se esta pensando em pagar
Você vai se arrepender.
_Se fosse pra pagar
Um só grão bastaria.
Mais se acaso pagar
Vai acabar minha alegria.
Eu não terei mais trabalho
E o mundo se afundaria.
Isto aqui é o inferno!
Continuou o carcereiro.
_Você não pode pagar
Guarde seu dinheiro.
Vou te dizer quem é
Os que sofrem nesse cativeiro.
Quando eram do mundo
Viveram a [vida na maldade.]
Roubaram,mataram,iludiram
Vão sofrer pra eternidade.
Nunca terão perdão
Nem conhecerão liberdade.
São políticos que desviam verbas
De creches, escolas e hospital.
São os que enchendo a barriga
Não se importa se o outro passa mal.
São advogados, médicos, contadores
Padres, pastores e a lista não tem final.
Essa gente vivia feliz
Explorando o sentimento humano.
Tiravam tudo o que podiam
E se não me engano
As leis os acolhiam, acobertavam
E os protegiam mais a cada ano.
O mundo sempre foi cheio
Dessa gente experta.
Que faz o que bem entende
E a lei os acoberta.
Mais tudo de mal que fazem lá.
Aqui agente acerta.
O chefe desse lugar
Adora quem faz o mal.
Porque sua diversão.
É ver a tortura infernal.
E quem cair aqui
Sofrera sem ver o final.
Ouvindo aquelas palavras
O João logo pensou.
Que não podia ajudar
Aquém só o causou.
Pegou seu ouro de volta
E no bolso guardou.