Pulitiquêro

Pulitiquêro

A meu avô “seu Pêdo”

11/08/2010

Eita mundão véi disguvernado

Parece inté um cavalo doido sem arreio

Num tem quem feche as purtera,

É trem discarriado, sô.

Inté parece que agora vai

Tê jeito, só prumode um bucado

De sacana tá quereno voto

Tudo falano bunito e pegano

Nas mão, mas cumigo não.

Quando arribam lá no terrero

Chei de puxa saco, e vem logo

Cum um falatório cumpricado

Digo logo pra puxar o carro

E catar coquinho.

É que nas minhas terra

Quem ainda canta de galo

E levanta cedo é eu.

Num adianta vir cum cunversa

Que eu num caio nessa rede.

Bucado de chibungo

Tão pensano que eu sô besta

Puxo logo meu tramboio

E boto tudo pra corrê

Aqui num tem otário

Pra cair nesse conto

Aviso a seu vigário

Pra num entrar nessa briga

Se não ele leva tambeim.

Aqui quem dá pro que num presta

A gente num alivia não

É pirata cumeno o lombo,

É chibata e cinturão

Quem quisé fazer seus erro

Que corra bem pra longe

Prumode a gente pega

Num sobra preda sobre preda

É um corre corre disgraçado

Um chorerê dos demônio.

Purisso que butei na praca da cidade:

“Home discarado e pulítico

Só se fô muito ligêro,

Se não é bom passá longe

Pra num acordá num furmiguero”.

Patrícia Teixeira

Patricia Teixeira
Enviado por Patricia Teixeira em 26/09/2010
Código do texto: T2522034
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.