Cordel da Cidinha
Veja que intriga está metida a nega Cida
Ela tem dois namorados
Uma loucura em sua vida
São dois cabra apaixonados
Um pobre que lhe chama de “Meu Bem”, e um rico que lhe chama de “Querida”
O rico é todo cheiroso
Cheio das regalias
Só dá presente precioso
Diz quem é que não queria?
Seu cabelo é lustroso
Sua voz tem melodia
O pobre é só carinho
Só namora na calçada
Quem não gosta é o vizinho
Vejo a hora é da porrada
Fica aquele xodozim
Se tem noite enluarada
O rico diz: “I love you”
O pobre diz: “Eu te amo”
O rico esbanja o baú
O outro vive economizando
Um tem investimentos no sul
O outro Ainda está juntando
A coitada da Cidinha
Tá a fim de se casar
Mas quem ela vai escolher?
Esse é o azar!
Chega até a se encolher
E muitas vezes a suar…
Se casar com o cabra rico, vai ter vida de princesa
Quarto com ar condicionado
Ares de realeza
Vai ter um bando de empregados
Vai ser dona de empresa
Tudo de fino trato!!
Se com o pobre ela se casa
Vai ter casa bem pequena
Paredes de argamassa
Suas roupas vão dá pena
Vai viver sem achar graça
Todo dia é um dilema
Mas pra cuidar dela, o rico é muito fraco
Qualquer coisa desmantela
Tudo lhe enche o saco
No sonho de Cinderela
Pode ter beijado o sapo
Agora aguente as mazelas…
Se o rico pega friagem
É dor de todo jeito
Parece até sacanagem
Lhe dói até o peito
Parece que vejo até a imagem
Desse homem imperfeito.
O rapaz pobre é diferente
Seus pés são presos ao chão
Qualquer coisa tá contente
Saúde tem de montão
É da vida penitente
Mas aprendeu bem a lição!!
Quando menino andava rasgado
Seus sonhos eram atrapalhados
Queria fugir de tudo, enterrando seu passado
Queria arrumar trabalho
De tudo tava enjoado
Agora vestia limpo, e até um engomado.
E agora a Cidinha, andava até doente
Escolher entre os dois
Ou pegar gente diferente
E se deixasse pra depois?
Passou isso em sua mente
Por isso a cabrocha passou por aqui toda contente…