O POTE DE OURO FALSO – 28 versos
Um dia recebi a visita, de um homem atribulado
Levava um velho surrão, também um torto cajado
Me pareceu que ele estava, de andar, muito cansado!
Convidei-o a entrar, em minha humilde choupana
Onde eu morava sozinho, mas só durante a semana!
Ofereci-lhe uma cadeira, eu porém, sentei na cama
Minha vida de garimpeiro, era mesmo solitária
A choupana era um rancho, com paredes de taquara
Onde eu lia as escrituras, para a mente ficar clara.
Nos assuntos iniciados, eu soube de uma história
O homem morava longe, numa tal fazenda Glória
Fora da lá despachado, pelo patrão mandado embora.
O fato aconteceu, devido um acontecimento
Ele descobrira um meio, de ter enriquecimento
Mas guardara o segredo, para seu padecimento!
Mas ele ouvira falar, do garimpeiro peregrino
Era bom pra dar conselhos, e neles algum ensino
Assim foi me procurar, tendo aquele destino.
A história que ouvi, me deixou bem pensativo
Para nela alguém crer, tinha que ter bom siso
Falava de uma riqueza, nalgum lugar impreciso.
Porém o homem sabia, da sua localização
Onde um pote de ouro, fora a molesta razão
De ter sido dispensado, pelo ambicioso patrão.
Mas para sacar o ouro, que ele fora encontrar
Teria que ter alguém, em quem pudesse confiar
E que fosse da fazenda, um estranho no lugar!
Depois de saber dos fatos, revelados aos meus ouvidos
Propus em meus pensamentos, de ficar bem precavido
Pois a ambição nunca fez, parte de meus sentidos.
Na história que ouvi, o homem assim falou:
Que encontrara um pote de ouro, num lugar que cavucou
Para fazer uma cerca, que seu patrão projetou.
Mas para tirar da lá, ele não achou um jeito
Pois havia outras pessoas, trabalhando ali no eito,
Assim ele jogou terra, tampando aquele feito.
E furou mais para a frente, pra colocar o moeirão
Alegando que ali, tinha uma moleza no chão
Isso foi o que falou, para seu cruel patrão!
Pelo que eu soube do homem o seu patrão era médico
Tinha uma grande riqueza, e em bancos muito crédito
Mais riqueza para ele, só se fosse um epilético.
Pelo que eu entendi, eu deveria ir ao lugar
Com ele a meia noite, e o pote retirar
E lá em minha choupana, algum tempo o guardar
Depois de ouvir a história, onde a ambição tentava
Porém aquela riqueza, minha mente não tomava
Para aconselhar o homem, Deus Sua Palavra me dava.
Disse-lhe em tom humilde, que ele deveria esquecer
Deixar lá a tal riqueza, seria o melhor proceder
Pois ouro e prata não servem, para a alma enriquecer.
Meus conselhos ao homem, o deixou entristecido
Pois contava que teria, encontrado um amigo
Pra repartir todo o ouro, que havia descobrido.
No momento lhe falei, das Escrituras que eu lia
-A Bíblia é como um ônibus, numa rápida rodovia,
Temos que estar dentro dela, pra não sairmos da via!
Ele se interessando, passou a dar-me atenção
E nos escritos que eu lia, ele teve a intuição,
Que somos o pó da terra, vamos voltar para chão!
De que somos sem valia, é o único livro que cita;
E que existe um ser superior, que à riqueza não incita!
Um pote cheio de ouro, é um valor que aqui fica!
Mas o valor de uma alma, vai transcender este mundo
Um pote cheio de ouro, é como um vale profundo
Onde se a gente cair, vai ficar sempre no fundo.
O fato é aquele homem, mudou ali seu pensar
Mas mesmo assim ele quis, voltar naquele lugar
Onde o pote de ouro, o estava a aguardar.
Porém depois de alguns dias, com ele eu me avistei
Ao conversarmos eu soube, que os conselhos que dei
Mudara seu pensamento, sua vida ajeitei
Disse que o pote ouro, de lá havia sumido
Talvez fora encontrado, por quem tinha percebido
Que no local ele achara, algo de teor valido.
Mas as moedas encontradas, eram de cobre rasteiro
Sem valor comercial, só centavos de dinheiro
Mas de Deus ele ganhou, a passagem pro roteiro!
Pois a rota é uma viagem, que temos que enfim fazer
Com destino para o céu, onde iremos viver
E só ganhamos a passagem, com a pobreza a conter!
A história do pote de ouro, ficou em recordação
Como uma tosca passagem, que trouxe tribulação
Para um homem que era pobre, mas cheio de ambição!