JOAO SEM SOBRENOME (a volta para casa.) parte 17
DE BETO RAMI & ANTONIO JUCELI
Sem dar a mínima pra conta
Bateu com o saco no balcão.
E os olhos de todos
Volta-se para o Tião.
Mais quando ele enfiou o dedo
Subiu aquela podridão.
Nesse instante ele sentiu
O dedo todo melado.
E logo percebeu
Que algo deu errado.
Tião ficou pálido
E sentiu o sangue gelado.
Os olhos se voltaram para o saco
Que repousava por sobre o balcão.
Enquanto no ar pairava
Um cheiro de podridão.
Dava pena de olhar
O estado que ficou Tião.
E o povo que ali estava
Não agüentava mais o mau cheiro.
O dono do cassino gritou.
_E ai cabra ,cadê o dinheiro?
Tenho de fechar
Anda logo companheiro.
Tião só pensava em como sair
Daquela grande enrascada.
Sabendo que naquele saco
De ouro não tinha nada.
Foi quando apareceu um sujeito
Impaciente e de cara amarrada.
_Vamos logo cabra!
Eu já num tu guentando.
Esta fedendo de mais
Estou quase vomitando.
_Esse cara deve estar passando mal
Veja como ta peidando.
Foi quando um sujeito
Que jazia no chão sufocado.
Levantou-se feito louco
Nervoso e desesperado.
Bateu o saco sobre a mesa
Foi merda pra todo lado.
O dono do cassino todo melado
Só pensava na despesa.
Mandou que amarrassem o Tião
Encima daquela mesa.
_Agora tu vai paga, cabra
Pela sua safadeza.
Nessa hora um rapaz
Que assistia a tudo calado.
Se aproveitando que Tião
Estava bem amarrado
Pegou o saco de merda
E esfregou na cara do coitado.
Tião continuou quieto
Também o que podia fazer.
Foi quando os capangas
Começaram a lhe bater.
E alguém então gritou
_Nossa voltou a feder!
Depois do linchamento
Foi levado a uma praça.
Onde voltou a apanhar
Quase acabaram com sua raça.
Como dizia o ditado
´´Um dia do caçador outro da caça.``
No fim pra terminar
Ele foi apedrejado.
Por todos que estavam ali
Entre fregueses e empregados.
Apesar de sofrer muito
Permaneceu calado.
CONTINUA.