O AUTO DA COMPADECIDA
TRABALHO ESCOLAR LITERATUA DE CORDEL: “O AUTO DA COMPADECIDA”
Fique atento nesta narração
É a história de um cabra-macho
Mas preste bastante atenção
Não tinha sossego no facho
De ninguém era capacho
Só arrumava confusão
O nome dele era João
Grilo era só um apelido
Tinha um grande coração
Chicó era seu melhor amigo
Viviam sempre em perigo
Nessa história de armação
Começou com uma cachorrinha
Tratada com toda atenção
Um dia desses, pobrezinha
Morreu estirada no chão
E para receber extrema-unção
João Grilo foi na igrejinha
A dona queria lhe enterrar
E em latim tinha que ser
O padre não quis aceitar
Disse que não iria benzer
O bispo iria se aborrecer
Mas joão acabou por ganhar
No meio dessa confusão
Ainda tinha severino
Um matador sem perdão
Cangaceiro desde menino
Procurando o assassino
Dos pais do seu coração
Na igreja da cidade
Na parede os colocou
Primeiro as santidades
O padre e o bispo matou
Sem remorço ele ficou
Ainda faltava metade
Depois foi a vez do padeiro
Que pela mulher fora traido
Ele decidiu ir primeiro
A traição tinha esquecido
E o perdão foi concedido
Na frente do fuzileiro
O mesmo fim teve João
Levou um tiro no peito
Chicó teve uma invenção
Um objeto meio suspeito
A gaita que trazia o sujeito
Uma espécie de ressurreição
Severino então aceitou
Ser morto pelo fuzileiro
Um tiro no peito levou
Chegou ao céu, o cangaceiro
João Grilo encontrou
E os outros avistou
O padre e o bispo primeiro
Depois do julgamento
Alguns conseguiram salvação
Severino teve absorvimento
Menos o pobre João
Então rogou em oração
A virgem do compadecimento
Nossa senhora compadecida
Pediu-lhe intercesão
Por Jesus foi atendida
Esse lhe deu um sermão
E virando para João
O devolveu de novo a vida
E quando voltou para a vida
Chicó mostrou o dinheiro
Pensaram em comprar comida
Mas Chicó lembrou primeiro
Da promessa sem jeito
Á nossa senhora compadecida
Foram até a igrejinha
Para cumprir o prometido
Colocaram na caixinha
O dinheiro adquirido
Com o coração protegido
Pela misericordiosa santinha!
Ana Luisa Ricardo