JOAO SEM SOBRENOME (a volta para casa.) parte 15
de beto rami & antonio juceli.
Não muito longe daqui
Tem o cassino lumier.
Cheio de jogos
Bebidas e mulher.
Você pode dançar
Beber ou o que mais quiser.
Tião empolgado dava detalhes
De tudo que havia.
João de ouvidos abertos
Prestava atenção no que dizia.
Palavrões em sua boca
Era o que mais se ouvia.
Tião boca suja
Era o apelido do sujeito.
Pois só falava palavrão.
E por ninguém tinha respeito.
Vivia de golpes e piadas
Que contava com muito jeito.
E os dois saíram dali
Em busca de diversão.
João ficou impressionado.
Com a conversa do Tião.
Que não diz nada que preste
Ou frase sem palavrão.
Era um falastrão.
E contava muitas piadas.
Todas elas sujas
Mais bastante engraçadas.
E o João se mijava
De tanto dar risadas.
Tião começava a piada
E antes mesmo de concluir.
João se sufocava
Tentando resistir.
Mais ele não agüentava
E rolava de tanto rir.
Às vezes perdia o fôlego
De tanto que gargalhava.
E quando isso acontecia
O Tião se preparava.
Pra roubar o saco de ouro
Que na cintura João levava.
João que não era bobo
Começou a perceber.
Aquela má intenção
E o que Tião queria fazer.
Então pensou com sigo
_Ele vai se arrepender.
Ouvindo o final da piada
O João aproveitou.
Pra contar uma
Que o padre lhe ensinou.
Tião disse _Vai conta.
Ele então começou.
E antes mesmo
De a piada terminar.
Tião caiu no chão
De tanto gargalhar.
João olhando aquilo
Tratou logo de se cuidar.
_Veremos quem pode mais
Agora é ele ou eu.
Esvaziando o saco
O ouro no bolso escondeu.
Tião ria tanto
Que trama não percebeu.
Com seu tesouro a salvo
Pegou o saco novamente.
E resolveu reenche-lo
Com o que estivesse em sua frente.
Olhando coco de gato
Algo veio em sua mente.
Com muita agilidade
O coco ele pegou.
Virando as costas pro Tião.
No saco enfiou.
Depois completou com areia
E na cintura amarrou.
Tião ainda rindo muito
E sem desconfiar.
Levantou-se todo sujo
E cansado de tanto rolar.
Foi falando._Caro amigo
Essa foi de matar.
Vou contar outra agora
Depois você continua.
Tenho certeza que essa
É bem melhor que a sua.
Se prepare agora
Pra rolar no meio da rua.
E começou sua comedia
E antes que essa tivesse final.
João chorava de rir
Um riso fora do normal.
E logo ele estava
Rolando feito um animal.
E enquanto ele ria
E rolava pelo chão.
Começava a maquinar
O celebro do Tião.
Pra tirar aquele saco
Da cintura do João.
E enquanto a gargalhada
Do João se multiplicava.
Deu tempo pro Tião
Fazer o que precisava.
Com seus dedos leves
O saco ele roubava.
Com muita facilidade
O Tião desamarrou.
Sentiu um cheirinho
Mais nem desconfiou.
E o saco de coco
No bolso enfiou.
O João vendo aquilo
Riu-se muito mais.
Já pensando na surpresa
Daquele pobre rapaz.
Realmente nesse roubo
O Tião ficou pra trás.
CONTINUA.