RELATOS DE UM ASSALTADO – 15 versos
Em minha vida de trovador, tenho feito alguns repentes
De pessoas conhecidas
Que me contam suas vidas
E querem que sejam lidas, como o caso aqui seqüente:
Vou tentar compor aqui, o que me foi relatado
Por um rapaz trabalhador
Que passou por um temor
Quando ia pra labor, e foi na rua assaltado:
“Quando de madrugada eu ia, para o trabalho, andante
Vendo lá pelo leste
O sol com clarão celeste,
Iluminando o agreste, na campina verdejante:
Divisei além, na estrada, um vulto aparecido
Tentei formar a imagem
Pra descobrir na paragem
O que seria a miragem: formato desconhecido!
A medida que eu ia, da visão me aproximando
Fui percebendo aos poucos
Que fazia gestos loucos
E emitindo sons roucos, muito me impressionando
Pensei em ali voltar, mas vi um inconveniente:
Pois outro vulto havia
Pela estrada que eu ia
Certamente me seguia, passou-me aquilo à mente!
O fato é que em segundos, me encontrei sem guarida
Por trás estava o que tinha
Me seguido pela linha;
Na frente aquele que vinha, e eu ali, sem saída!
No momento do encontro, os dois me imobilizaram
Roubaram até minha calça
E num ato de trapaça,
Coisa que achei sem graça / tudo que eu tinha levaram!
O fato é que aqueles vultos, eram reles assaltantes
Tiraram os meus penhores
Dinheiro e outros valores
Passei momentos de horrores, e fiquei nu uns instantes.
O dia amanhecia, quando um homem eu avistei
Ao ter com ele encontrado
Pensou que eu era pirado
Por eu estar naquele estado, até que o fato narrei.
O rapaz morava perto, e logo me socorreu
Arranjou-me calça e camisa
Com as medidas precisas
Levou-me após na polícia, onde alguém me atendeu.
Registrei a ocorrência, porém tendo a esperança
Que Deus faria um movimento
Não me deixando em lamento
Por ficar sem documento, no ato daquela trança.
E assim foi ocorrer, em poucas horas passadas
Pois foram me procurar
Para tudo me entregar.
Deus fez a polícia encontrar, os caras da enrascada!
Termino a minha história, pela qual dou a Deus louvor
Livrou-me naquela ação
Sofri a humilhação
Mas não perdi um tostão, e nem mesmo tive dor”
Fiz assim o assentamento, da história do assaltado
Ele leu e boa achou
Publicar me autorizou
O meu lápis registrou, conforme o escriturado!
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