POESIA DE BAR N.3 - Roedeiramento

O tanto que vale o sol

Sem a terra pr’aquecer

E o tanto que vale a terra

Sem os seres pra viver

Vale o coração do homem

Que não tem por quem roer

O cachorro rói o osso

Pr’um tico de carne achar

O rato rói o caroço

Para seus dentes serrar

E o homem, velho ou moço,

Rói por não deixar de amar...

O sentimento roído

Pela paixão mais sofrida

Fortalece o organismo

Cicatrizando a ferida

E roendo por amor

Sai-se mais forte pra vida!

João Pessoa, 11/09/2010.