JOAO SEM SOBRENOME (a infância.) PARTE 1
JOAO SEM SOBRENOME (a infância.)
De Beto rami & Antonio juceli.
Sobre a infância do João.
Seria ate melhor não contar.
Assim não correria o risco.
De alguém vir a duvidar.
Só narrarei alguns fatos.
Pro leitor avaliar.
Logo depois do batizado.
Aconteceu algo assim.
O cabelo do João
Deixou de ser pixaim.
Tornou-se louro e liso.
Do começo ate o fim.
Deste dia em diante.
O Jose vivia lamentando.
Desgostoso da vida
Triste pelos cantos chorando.
E Todos que o viam cochchavam
ou Ficavam comentando.
José Vivia em tormento.
Seu corpo em febre queimava.
Andava sempre escondido.
Nem com Maria falava.
Dentro de sua cabeça.
Uma voz ecoava.
E quase ficou louco
Tentando entender.
O menino era negro.
E começou a embranquecer.
O menino agora era galego
Como isso pode acontecer.
Bem deixemos o Jose de lado.
Que colheu o que plantou.
Falemos do João.
E como sua vida ficou.
Pois daquele dia em diante.
Tudo se modificou.
Alguns comentavam.
__Esse moleque é doente.
Outros falavam mal.
_parece que não é gente.
Tudo porque o João.
Agia estranhamente.
Todos comentavam
É louco esse garotinho.
E achando que era doente.
Saiam do seu caminho.
Pois andava pelos cantos.
Brincando ou falando sozinho
Mais o que ninguém sabia.
Nem mesmo seus pais.
É que ele não falava só.
era ingênuo de mais.
E sim havia dois anjos com ele
Ao qual eram rivais.
Traziam o João maluco
Esses anjos seus.
Um era do mal
Daqueles que são ateus.
O outro era bom.
Fruto da bondade de Deus.
O bom recebeu de Deus
Todos nascem com um a seu lado.
O mal o cujo lhe deu.
No dia do batizado.
E assim viveu João.
Bem e mal acompanhado.
João e seus anjos.
Discutiam La no quintal.
Ele nunca ouvia o bom.
E sim o anjo mal.
E dizia sempre rindo.
É mais divertido esse tal.
O fato que narro agora.
Ocorreu sob a influencia.
Do anjo mal que se aproveitava
Sempre da sua inocência.
Levando a fazer maldades
Com bastante freqüência.
Certo dia o João saiu.
Pra passear na cidade.
La havia um cego.
Que vivia da caridade.
Veja o que o João aprontou.
Com sua perversidade.
Olhando o cego sentado.
Com moedas em fartura.
O anjo mal falou.
_veja só aquela figura.
De que serve o dinheiro na mão.
De um cego sem cura.
Se aquilo fosse nosso
Usaríamos com mais proveito.
Esta pensando o mesmo que eu?
Que tal darmos um jeito.
É só fazer o que eu digo.
Que ai estaremos feito.
Convencido o João.
Gostou da brincadeira.
E começou a juntar tampinhas
Pela cidade inteira.
Juntando uma boa parte
Enfileirou em uma madeira.
Pegou então uma pedra
Que encontravas se ali no chão.
Começou a amassar as tampinhas
Foi aquele barulhão.
Depois de tudo pronto
Deu-se inicio a armação.
Pegando então as tampinhas
No bolso ele guardou.
Esperou a hora certa.
Quando tudo silenciou.
Foi chegando perto do cego
Então ele esbarrou.
E soltando as tampinhas
Foi aquela zoada.
E o cego pensou que as moedas
Espalharam-se pela calçada.
E começou a recolher
As tampinhas amassadas.
E enquanto o cego recolhia.
O que achava ser seu dinheiro.
João tratou de pegar as moedas
E foi saindo ligeiro.
Seguido do anjo mal
Que ia fazendo um festeiro.
E com dinheiro no bolso
Ele aprontou muito mais.
João fez essas e muitas
Não deixava ninguém em paz.
Todos comentavam
Que de tudo ele era capaz.
Então reuniram se na cidade
Para discutir uma solução.
E dar um jeito nesse moleque
Que só causava confusão.
Alguns achavam que o jeito
Era trancalo numa prisão.
O delegado disse;_Estamos discutindo
Um caso sem solução.
O moleque é muito novo.
Não pode ainda ir pra prisão.
Estive aqui pensando.
E cheguei a uma conclusão.
A mim esta parecendo
Um caso de educação.
Seu Jose o pai
É que devia ir lhe dar correção.
E não tendo feito.
O torna cúmplice da ação.
_Sim, é verdade.
O moleque é malcriado.
E disso com certeza
O pai é o culpado.
Ele é que devia estar
Aqui sendo julgado.
Sempre deixou o filho
Fazer o que queria.
Nunca se importou, com quem
Ou aonde ele ia.
E nunca o castigou
Pelas maldades que fazia.
_Ele nunca foi à escola.
E seguia sua própria cartilha.
É o típico caso de vitima
Do descaso da família.
Visto os pais não tiveram
Outro filho ou filha.
_Des de que o conheço
O garoto nunca foi gente.
E seu Jose o pai.
Esteve sempre ausente.
Sem contar, sabe como é
O garoto é diferente.
Não a como negar
As evidencias e os fatos.
O garoto é galego
E os pais mulatos.
E eu acredito que o Jose.
Deve pagar pelos seus atos.
O que foi decidido
Na ata da reunião.
Era que o Jose seria preso
E levado para uma prisão.
E o João entregue a um padre
Que lhe daria educação.
Maria chorando muito
Dizia ser perversidade.
Tirarem o marido e o filho
Isso sim era maldade.
Ainda mais que a paróquia
Ficava noutra cidade.
Ninguém se importou
Nem se comoveu.
Diziam que ela era culpada
Por tudo que aconteceu.
Maria então viu se só.
E a tristeza lhe corroeu.
O João continuou aprontando
Ate o padre vir lhe buscar.
Nem se abalou ao ver
O pai preso ou a mãe a chorar.
Aconteceram essas e outras
Que é melhor nem contar.
CONTINUA.