FORRÓ DIFERENTE

Fizeram em Jatiúca

Um forró pra lá de bom.

Mas um cabra começou

A falar em alto tom.

Sem ninguém lhe dar motivo,

Ficou bastante agressivo,

Quebrou a caixa de som...

A festa estava animada,

Porém acabou nessa hora

O rapaz dono do som

Foi chegando sem demora

E como estava zangado

Pegou o cabra safado

Jogou pro lado de fora.

Ainda levou um soco

E também um empurrão,

Para aprender beber cana

E procurar confusão.

E como estava lá fora,

Sem a mínima demora,

Fugiu da situação.

Ele montou numa moto

Dizendo: - Sou muito macho...

Juntou-se com um colega

Para fazer esculacho.

E pra chamar atenção,

Caçaram mais confusão,

Rua a cima, rua a baixo.

A rua cheia de gente

E o sujeito em disparada.

Alguns rapazes estavam

Reunidos na calçada,

O bestalhão, sem receio,

Tentou passar pelo meio,

Levou logo uma mãozada.

Com esta forte pancada

A briga recomeçava:

Um batia, outro batia,

Um corria, outro pegava.

Só sei que daí pra frente

Esse “forró diferente”

Na rua continuava.

Foi um enorme barulho,

Porém sem muito aperreio,

Brigaram com pés e mãos,

Pois armado ninguém veio

E quem quisesse “dançar”,

Não precisava pagar,

Era só entrar no meio.

Era difícil sair

Daquele grande sufoco.

Eram uns 40 cabras

Dando pontapé e soco...

Houve sujeito atrevido

Que levou no pé do ouvido

Mãozada de ficar mouco.

A polícia que viera

Não estava mais presente.

Logo, eles aproveitaram

E “dançaram” livremente...

Mesmo se ainda estivesse,

Só se reforço viesse

Para acalmar tanta gente.

Sei que no dia seguinte

(Depois que tudo passou)

Nosso posto de saúde

Rapidamente lotou

Com os ditos elementos

Pra cuidar dos ferimentos

Que o “forró” propiciou.

Foi em 26 de maio

Do ano de 96,

Eu presenciei do início

Toda aquela estupidez;

Guardei na minha memória

E versejei esta história

Para mostrar a vocês!

Hélio Leite
Enviado por Hélio Leite em 29/08/2010
Código do texto: T2466239
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