AGRESSÃO ÀS PRAIAS
1 Quase dentro do oceano
crescem de luxo os hotéis,
arranha-céus sem um plano,
mil parques de diversão,
construções das mais sem pés
e “aterros” para o povão.
2 Mas há que se pôr limite,
não mais oprimindo os mares;
isto eu dou como palpite,
sabendo que falo certo,
vendo o fim das beira-mares
pela ganância do esperto.
3 Um pulha o que o mar destrói
(ricos daqui, do estrangeiro),
gente que às praias constrói,
por prazer e exploração,
a só pensar no dinheiro,
sem ver que faz agressão.
4 Agredindo a Natureza
e as faixas do bom lazer,
covardes são, com certeza,
pois claramente roubando
nosso espaço de viver
e tomar sol, vez em quando.
5 Esses burgueses, senhores
que se apoderam das praias,
ditos empreendedores,
eles são, cá, do meu jeito,
bons formadores de laias,
sem às massas ter respeito.
6 Esses famintos ricaços
alimentam-se da gula,
portam a gana nos passos,
por isso botam mais bucho;
deles, se a moral é nula,
trocam-se vidas por luxo.
7 E, para a nossa roubada,
espertalhões estrangeiros,
com hotel, motel, pousada,
aqui montam seus impérios,
se bem não forem poleiros,
sem normas e sem critérios.
8 Lá dos ianques na terra,
vá um daqui pôr os dentes...
Se abrir boates, se ferra;
e mais, das praias no meio,
corrompendo adolescentes,
na prisão vai ter recreio.
9 Aqui, não; tudo na boa,
um “galego” desce o malho
nas dunas, aterra à toa,
e, além, o mar tudo invade,
já por não dar-se ao trabalho
de escravizar-se à cidade.
Fort., 27/08/2010.