Minhas bandas
Tinha uma banda que tocava
E outra era só dinheiro
Uma era de esquerda
E a outra era um salseiro
A primeira interagia
E a segunda era um berreiro
A banda chique teimava
Em coisas cabeça e Cult
A brega se empanturrava
De consumir output
Inglória a luta de uma
Pra outra sair do Orkut
Minhas bandas se embrenhavam
No que lhes era um barato
E quando se encontravam
Me deixavam mentecapto
Minando-me de influências
Melando meu substrato
Se casasse com a primeira
E me deixasse levar
Esquecendo a gafieira
Que a outra teima em tocar
Me bateria uma bobeira
Que não ia saber lidar
Se ao contrario, fosse a outra
A tal banda desposada
Que me forçasse esquecer
As coisas sofisticadas
Seria pior que agora
Com as preferências mescladas
Meu consolo é observar
Que as bandas de outras pessoas
São três, quatro, ou mais que enjoa
A gente acompanhar
E elas levam numa boa
Qualquer som que for tocar
Na verdade o exagero
No mais extremo dos gostos
Alija o ser por inteiro
De conhecer o lado oposto
E saber que é passageiro
O prazer e o desconforto
Dualidades, misturas
São próprias das influencias
Coisa de contracultura
Da loucura e das carências
Estilo e caricatura
Mandando na inconsciência