ALVORADA.

ALVORADA.

Do livr: SERTÃO DE RISOS E DORES.

Autor: Aldemar Alves de Almeida.

O DIA QUEBRANDO A BARRA

É COISA QUE ME FASCINA

CANTA A NAMBU NA CAMPINA

CANTA ALEGRE UMA CIGARRA.

CANTA O SAPO NUMA JARRA

O BEIJA-FLOR NUMA PLANTA

O VAQUEIRO SE LEVANTA

DÁ UM GRITO, A VACA BERRA

CAI A CHUVA, MOLHA A TERRA

NASCE O DIA, O GALO CANTA.

GEME O VELHO NA SUBIDA

CHORA O CARRO NA LADEIRA

O MENINO NA ESTEIRA

A MOÇA NA DESPEDIDA.

CHORA UMA MÁGOA SENTIDA

O RAPAZ QUE VAI EMBORA

GEME O BURRO NA ESPORA

SOPRA O VENTO, A FOLHA TREME

TREME O BANCO, A MESA GEME

GEME A CAMA, A REDE CHORA.

CANTA O CHOFREU NA FLORESTA

CHORA O CANCÃO NA GAIOLA

CHORA O HOMEM NA VIOLA

NUMA CASINHA MODESTA.

CANSADO DE TANTA FESTA

DORME O RAPAZ NUMA REDE

CANTA UM GRILO NA PAREDE

SALTA UM BODE, O PINTO PIA

MORRE A NOITE, NASCE O DIA

CAI A CHUVA, MATA A SEDE.

aldemaralves
Enviado por aldemaralves em 12/08/2010
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