CORDEL – Nomes esquisitos de pessoas

Os nomes aqui relatados são verdadeiros. Todos estão nas certidões de nascimento, nos arquivos do INSS, dos cartórios eleitorais, etc. Não é invenção alguma do coitado do autor. As brincadeiras daqui não passam disso e espero a compreensão de todos... Afora os nomes, tudo o mais é ficção.

Começando com a letra “A” - Abrilina Décima Nona Caçapavana Piratininga de Almeida.

Abrilina Décima Nona

Caçapavana na frente

Piratininga a dona

De Almeida diferente

Tudo uma invenção

Pessoas analfabetas

Triste essa criação

Mas sempre muito corretas


Abxivispro Jacinto

Um azarado sem sorte

Pode crer que eu não minto

Mil vezes talvez a morte

Isso não é brincadeira

Ao registrar a criança

Cartório deu bobeira

Não há mais esperança


Acheropita Papazone
,

Eu não posso alterar

Vai com oito esse nome

Nem que queira me zombar

Gente que não acredita

Tenha pena dos meninos

Moravam na palafita

Vítimas desses ferinos

 

O tal Aldagamir Marge

Outro nome infernal

Morava numa garage

Bem dentro do matagal

Filho de agricultor

Na mata bem enrustido

Causava muito pavor

Sempre era esquecido


Adegesto Pataca

Um menino sem igual

Vivia numa barraca

Lá no fundo do quintal

Lembro d’antiga moeda

Não tinha nem hospital

Vez em quando uma queda

E ele passava mal

 

Adoração Arabides

Um menino macho mesmo

Fazia até cabides

Pra não viver a esmo

O apurado que dava

Sua mãe logo pedia

Nunca ele enganava

Quer fosse noite ou dia


Aeronauta Barata

Não era aviador

Vivia só na mamata

O povo tinha pavor

Gostava de fazer pipa

Que subia lá no céu

Não sobrava uma ripa

Mandava pro beleléu

 

Agrícola Beterraba Areia Leão:


Agrícola Beterraba

Prenome até de horta

Areia Leão mangaba

Sobrenome não importa

Sua mãe morreu de parto

Quando o fruto descia

Teve logo um infarto

Mas ela não merecia

 

Agrícola da Terra Fonseca:

 

Agrícola da Terra

Completava com Fonseca

Bom cabrito não berra

Sua irmã dona Têca

Uma filha adotiva

Do segundo casamento

Menina muito passiva

Comia como jumento


Alce Barbuda a bela

Fêmea pra variar

Logo foi fazendo trela

Teve logo de casar

Pariu uns doze rebentos

Todos com nome normal

Os pais ficaram atentos

A alegria geral

 

Aldegunda Carames More:

 

Aldegunda Carames

Por incrível que pareça

Virou macho nos tatames

Nome More na cabeça

Completava o mistério

Tomou um soco no rosto

Direto pro necrotério

Morreu com muito desgosto

 

A Aleluia Sarango

Bonita com seu louvor

Chegou a dançar tango

Mas na dança um horror

Vivia com caganeira

Lombriga pra todo lado

Andou perto da cegueira

Com o seu cano furado

 

Alfredo Prazeirozo Texugueiro:               

Alfredo Prazeirozo,

Texugueiro completava

Nome muito escabroso

Dele o povo mangava

Chorava que nem criança

Quando a turma gritava

Tomava murro na pança

Seu irmão nunca ligava

Mestre Miguel Jacó colaborou, como sempre:

 

Zenilda da tabaqueira,

Uma moça estudada,

Tudo aqui que aprendeu,

Quase não serviu de nada,

Por causa da ignorância,

Da casa onde foi criada,

Com imensa redundância,

Assim ela foi registrada.




 

Em revisão.

Continuaremos depois.


ansilgus
Enviado por ansilgus em 05/08/2010
Reeditado em 05/08/2010
Código do texto: T2419644
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