Trabalho Infantil? Criança esperança?
Sonha a incontida criança
Sob o céu azul d'anil
Linda menina de trança
Tal seu mundo pueril
Pela estrada da bonança
Na sua realidade hostil
Falái, Deus! Da esperança...
E foi ceifada sua infância
Sem nanhuma clemência
Vê-se naquela distância
Desdentada sorrí a falêcia
Da alegria, a sua ânsia
Desprovida da decência
Plantái, Deus! A esperança...
São vítimas da demência
Do governo do Brasil
Sob o jugo da regência
Do trabalho infantil
Nessa maldita ganância
Da riqueza varonil
Semeái, Deus! A esperança...
Na ponta desta lança
São meninas no labor
Qual exploração avança
Sem sombra de pudor
Da ciranda que não dança
Num gemido em torpor
Trazei, Deus! A esperança...
De brincar na sua essência
E ocupar-se da boneca
Na escola ter ciência
No recreio tem peteca
Pular corda na cadência
Do seu tempo de moleca
Mostrái, Deus! A esperança...
Pro menino, vida mansa
A brincar com seu carrinho
O futuro só se alcança
Com estudo e carinho
Que projeta nas andanças
A sonhar com seu jatinho
Abençoái, Deus! A esperança...
E sua vida em latência...
Naquela face chorosa
No semblante a emergência
Da palma da mão calosa
No olhar de subserviência
Da jornada escabrosa
Ordenái, Deus! A esperança...
Valdívio Correia junior, 04/08/10
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No peito da mãe o viço,
Grande saúde maternal,
Mais já começa o enguiço,
O patrão é um canibal,
E esta não amamenta,
Pois o trabalho é mortal,
Desfaça ô Deus este mal.
Miguel Jacó
Obrigado, Miguel Jacó, pela valorosa interação!