ANDANDO EM UMA TIROLESA

Andando em uma tirolesa,

Ouvi o estalo do horror,

Quando então alguém falou,

Um dos cabos se arrebentou,

Tomado assim pelo pavor,

Perdi o encanto e firmeza,

E já não tinha mais certeza,

Se aquilo tinha algum valor,

Porem num arrependimento,

Os desenganos causam dores.

Eu nunca me senti tão frágil,

As pernas com tremedeiras,

E aquelas moças tão faceiras,

Que a distancia observavam-me,

Por certo nunca imaginaram,

Em ver um homem neste estado,

Nem mesmo tendo apanhado,

Perderia a pouse e os rumos,

Não são estes meus costumes.

As aventuras sem propósitos,

As riscarei das minhas metas,

E os sentimentos sendo sábios,

Trarão prazeres, menos tragédias,

Que isto fique em minha mente,

Como o pavio na lamparina,

E ate que seja então desfeito,

Este mau jeito em minha sina,

Tudo eu farei com segurança,

Pedindo a Deus que me ilumine.

Martelo agalopado, são estrofes construídas com dez versos, contendo dez silabas em cada.