SÓ DE RUIM...

Ele está curtindo a noite

Com seu ego cabuloso

Mas de repente um acoite

Um abalo poderoso

Treme até o seu espanto

Na beleza, no encanto

Que contém a senhorita

Que se chega assim chegando

Nem sequer lhe reparando,

O quê lhe gama e lhe irrita!

Ela se chega raiando

Um holofote de graça

Com seu sorriso tomando

O foco por onde passa

Ela pode conquistar

O que mais lhe agradar

No estabelecimento

Porém fica encantada

Com aquele camarada

Que não lhe dá cabimento

E agora, vocês vejam

Onde isso vai parar,

Dois bicudos não se beijam

Por mais que queiram beijar

Então a coisa complica

Cada ego se embica

E a peitica toma forma

Pois os dois se desejando

Na festa vão pleiteando

Sem palanque ou plataforma!

Ele “de ruim” nem a olha,

De ruim ela também,

De ruim ele se amostra,

De ruim ela nem - nem...

De ruim ele sorri,

De ruim ela só ri

Da graça de outro afim;

De ruim a noite finda

E ela lhe acena, linda,

Indo embora só “de ruim”!

João Pessoa, 01/08/2010.