A indiferença de um filho> Autor: Damião Metamorfose.

*

Não dá pra parar o tempo,

A cada dia um sol nasce.

Não adianta desespero,

Insônia só gera impasse.

Pois o mais sábio entre os sábios,

Disse: ofereça outra face.

*

Espero que ninguém passe,

Pela dor que eu passei.

E se passar que supere,

Como eu me superei.

E perdoi os agressores,

Da forma que perdoei.

*

Da filha que sempre amei,

Ganhei a indiferença.

Em silêncio eu recebi,

Silêncio por recompensa.

Mesmo sem dever paguei

Na prisão, minha sentença.

*

Muito mais do que se pensa...

A indiferença tem peso.

É o pior sentimento

Bem pior que o desprezo.

Mais pior, se vem de um filho,

Bem mais... quando se está preso.

*

Mas meu eu saiu ileso

E em vez de chorar, sorriu.

Não blasfemei nem tampouco,

Odiei quem me feriu.

Se eu sou fraco, fiquei forte,

O meu Deus não me traiu.

*

A minha fé emergiu,

Diante desse problema.

Driblei essa indiferença,

Sem criar estratagema.

Aproveitei-me do ócio,

Fiz do silêncio um poema.

*

Um oi, um telefonema,

Custa nada ou quase nada.

Mas se você quis assim,

Por mim não serás julgada.

Não te culpo e me perdoi

Se te amei de forma errada.

*

Viva o seu sonho de fada,

Sonhe, você tem direito.

Busque nas imperfeições...

O que tu achas perfeito.

Só não espere que os outros,

Amem-te assim do meu jeito.

*

O que foi feito está feito,

Torço que sejas feliz.

Mas saiba que duram pouco,

As tatuagens de giz,

E de cabeça nas nuvens,

Sonhos não criam raiz.

*

Se algum mal eu te fiz,

Espero que me perdoi.

Porque pra mim é passado,

Por ser passado, já foi.

Se outra vez acontecer,

Ligue ao menos pra dizer,

Alô, olá ou um oi.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 27/07/2010
Código do texto: T2402223
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