JOAO SEM SOBRENOME. parte 02

de Beto Rami & Antonio Juceli

segunda parte.

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agora vamos saber

como foi seu nascimento.

O pai esperançoso

do seu primeiro rebento.

Enquanto a mãe lamentava

o triste acontecimento.

Não que ela fosse assim

uma mulher sem coração.

Mais como toda mãe

ela tinha intuição.

E sabia muito bem

o que esperava o joão.

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sua casa era de bambu

e barro mal rebocado.

No telhado de sapé

se via o céu estrelado.

Se chovesse então

água por todo lado.

A cama era de vara

capim seco seu colchão.

A mesa de sua casa

tinha três pernas no chão.

A miséria ali morava

pobre triste barracão.

Já deu pra entender

oque o esperava.

Voltemos a estoria

onde mesmo eu estava?

Ah sim ,o José

em um canto rezava.

E tomou uma atitude

jurou de coração.

Que o primeiro que avistasse

la no meio do sertão.

Ia ser seu compadre

o padrinho do joão.

E pegando seu chapéu

foi logo saindo.

Maria então gritou

__onde tu tá indo?

Ele nada respondeu

continuou seguindo.

Saiu para o deserto

com disposição e alegria.

Sem saber que vinha vindo

um imprevisto em sua guia.

E que sua vida ia mudar

a partir daquele dia.

Sem pensar na promessa

continuou seguindo.

Com o sol segando os olhos

ia quase desistindo.

Quando ao longe avistou

que um cavalo vinha vindo.

Quando esse aproximou-se

é que ele reparou.

O cavalo era de fogo

sua perna então travou.

Ao olhar para o vaqueiro

o pobre quase desmaiou.

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o cabra bem montado

vestia um lindo terno.

Era branco bem vistoso

mostrava ser bem moderno.

Mais o cheiro era de enxofre

pois vinha do inferno.

Ele então se viu perdido

em hora de muito aperto.

Depois de feito a jura

não tinha outro jeito.

Pulou enfrente do cavalo

que quase lhe queima o peito.

José ficou ali parado

nem conseguia falar.

O cavaleiro mau encarado

resolveu a piar.

E em sua direção

começou a andar.

__ô cabra frouxo!

Vê se para de tremer.

E diga logo

o que tem pra me dizer.

Sou muito ocupado

não tenho tempo a perder.

Vou fazer minha maldade

por que esse é meu destino.

Nunca faço caridade

para pobre ou peregrino

e vai tirando do caminho

esse corpo franzino.

E montando seu cavalo

saiu dali fumaçando.

Jogando longe seu José

que acabou se machucando.

Maldizendo a si mesmo

voltou pra casa xingando.

Xxxxxx CONTINUAxxxxx