Pedra bruta
Nesta bela arte do cordel
Sou peixe fora do cardume
Mas vou caprichar no cinzel
Que Deus, meu verso arrume
Eu vou garimpar nessa jazida
E só depois da pedra polida
A vocês, eu pedirei o lume
Para a tradição ser mantida
Da prosa um pouco atrevida
Vou seguindo nesta batida
Então vou cantar a ciranda
Do jeito que cartilha manda
Procuro seguir seu costume
E quem é tinhoso o assume
Então vou batendo o maço
Vou devagar no compasso
Observando tudo que faço
E vou sem pressa nenhuma
A imprimir com a leve pluma
Que assim eu dou a partida
Só espero chegar na saída
E aqui vou eu na pirombeira
Perdido, sem eira nem beira
Que dei até uma tremedeira
Mas, sou um baiano "retado"
Eu vou continuar aprumado
Sem querer ser um atrevido
E nem, tão pouco, exibido
Agora com a calma contida
Eu volto à causa prometida
Para esta intenção referida
Porque já estou bem seguro
Que com vocês eu não furo
Retomo nesta minha batuta
Então aqui vou eu na labuta
Amigos, já que aqui cheguei
Das coisas em que vos falei
De rabiscar o cordel, gostei
Então, a bola, eu vos passo
Deixando aqui, no meu traço
A coisa que mais me encanto
É escrever para este recanto
Se a missão não foi cumprida
A minha flexa, já foi remetida
Que fiz com minh'alma garrida
Se acaso, tive algum tropêço
Desde já, desculpas, eu peço
E é com esse meu peito lasso
Que eu vos deixo meu abraço
Valdívio Correia Junior, 12/07/10
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Tua missão foi cumprida
Fizeste belo papel
Eu também sou atrevida
E entro neste painel
Vamos juntos na corrente
Sou gaúcha e valente
Arrisco nesse cordel
Giustina
Obrigado, Giustina, pela adorável interação!
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O cordel é uma arte
E ela o senhor domina
E quero fazer um aparte
Nessa fala masculina
O senhor deu seu recado
Com muita competência
E não cometeu pecado
Me deixou sua influência
Eu que amo cordel
Quero mantê-lo vivo
Célere como um corcel
E nas letras bem ativo
Conceição Gomes
Obrigado, Conceição, pela belíssima interação!
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Certamente dessa roça,
Desconheço a semeadura...
E tal atrevida criatura,
Feito quem banca bossa,
Da coragem, que é vossa,
Aproveito e sem censura,
Arrisco-me em polvorosa...
Jacó Filho
Obrigado, mestre Jacó, pela valorosa interação!
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O cordel tão pouco prestigiado,
Angariando cada dia mais fiéis,
Os poetas reconhecem seus papéis,
E almejam um lugar em solo fértil,
Cada um apresenta um modo reto,
Costurando este manto nordestino,
E os versos tornam-se genuínos.
Miguel Jacó
Obrigado, mestre Miguel, pela excelente interação!
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A pedra bruta já lapidada
hoje é jóia rara
que regala bem a vida
e cicatriza a ferida
Vania Morais
Obrigado, Vania, pela linda interação!