Chapada Diamantina
Meu vale dos diamantes
Chapada, minha querida
em teus leitos traz guardadas
histórias de tantas vidas.
Vidas sofridas, inglórias,
riquezas imerecidas,
coronelismo e chibata
sangue e lágrimas vertidas.
Garimpeiros de quimeras,
com sua bateia e suor
pelos veios carregavam
saudades, pobreza e pó.
Bamburrados de desejo
voltavam com seu mocó
curtiam mulheres e cachaça
zabumba e muito forró.
Com a pepita na mão,
eram os donos da bancada,
mas a linda pedra bruta
já depois de lapidada
jamais seria o brilhante
no anel da mulher amada
em busca do diamante,
morte foi sua namorada.
Atrás do brilho ofuscante,
luta e morte aqui se deu
com garimpeiro morto
muita gente enriqueceu
Inveja e ambição
que a tantos corrompeu,
levaram à sepultura
sonhos, vitórias e Deus.
Os diamantes se foram
sonhos perdidos no ar,
mas a querida Chapada
de mistérios, é singular
Os chapadões imponentes
fauna e flora exemplar,
cachoeiras e cavernas
são encantos pro olhar.