Chapada Diamantina

Meu vale dos diamantes

Chapada, minha querida

em teus leitos traz guardadas

histórias de tantas vidas.

Vidas sofridas, inglórias,

riquezas imerecidas,

coronelismo e chibata

sangue e lágrimas vertidas.

Garimpeiros de quimeras,

com sua bateia e suor

pelos veios carregavam

saudades, pobreza e pó.

Bamburrados de desejo

voltavam com seu mocó

curtiam mulheres e cachaça

zabumba e muito forró.

Com a pepita na mão,

eram os donos da bancada,

mas a linda pedra bruta

já depois de lapidada

jamais seria o brilhante

no anel da mulher amada

em busca do diamante,

morte foi sua namorada.

Atrás do brilho ofuscante,

luta e morte aqui se deu

com garimpeiro morto

muita gente enriqueceu

Inveja e ambição

que a tantos corrompeu,

levaram à sepultura

sonhos, vitórias e Deus.

Os diamantes se foram

sonhos perdidos no ar,

mas a querida Chapada

de mistérios, é singular

Os chapadões imponentes

fauna e flora exemplar,

cachoeiras e cavernas

são encantos pro olhar.

Suzana Duraes
Enviado por Suzana Duraes em 10/07/2010
Reeditado em 06/03/2012
Código do texto: T2369779
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