PARÁBOLA DO SERVO IMPIEDOSO

Numa prestação de contas

Entre um rei e os empregados

Eis que aparece um sujeito

No meio dos convocados

Sem dinheiro pra pagar

E poder assim saldar

Todos os acumulados.

Aos valores avultados

Não chegava sua renda

O senhor deu logo a ordem

Para se fazer a venda

Do servo e toda a família,

Dos seus bens, até mobília.

Desse jeito recomenda.

Ao sentir a reprimenda,

O cara faz um pedido

Pro senhor ser paciente,

Tudo seria adimplido.

Dessa forma, sem demora,

O senhor lhe manda embora

Por ficar compadecido.

Com perdão para o devido

O servo sai, sorridente.

Um colega, também servo,

Ele encontra pela frente.

Desse amigo era credor,

Pressionando o devedor,

Faz a cobrança, inclemente.

O cara diz, simplesmente:

- Compreenda, camarada.

A quantia que lhe devo

Por certo, vai ser quitada.

Eu só peço, meu amigo,

Mais paciência comigo,

A vida está complicada!

A piedade é negada,

Aquele não dá perdão.

Devido à conta não paga

Manda o outro pra prisão.

Quando os demais servos viram

Ao senhor se dirigiram

Contando a situação.

Demonstrando irritação,

O rei logo vai falar

Com o servo intransigente

E começa a interpelar:

- Quando teu lamento ouvi,

Eu tive pena de ti...

Tu não podes perdoar?

O rei manda aprisionar

O servo sem coração.

Até que pagasse o débito

Teria nos pés grilhão.

Dessa forma a bíblia conta,

Por meio da história aponta

Aos homens grande lição.

* Adaptação baseada em Mateus 18:23-34