CORAÇÃO, BOLA DE SOPRO!

Coração, sem endereço,

segue um rumo itinerante.

Cada peito um recomeço

e um fim não tão distante!

Coração, de canto em canto,

ofertando seu encanto

vai ganhando estadia;

porém não sendo o bastante,

tal caixeiro viajante,

vai embora no outro dia!

Coração, só, não escapa!

De vitória assegurada,

sempre sobra e derrapa

ante a linha de chegada.

Segue sem rumo, sem jeito,

por querer morar no peito

que não lhe dá moradia

e de assopro em assopro

é uma bola de sopro

que, furada, se esvazia...

João Pessoa, 03/07/2010.