O CANSAÇO É PERMANENTE, E A LUTA,NÃO TEM TRÉGUA
Sou oriundo do sertão,
Pra cá andei muitas léguas,
Represei meu coração,
No desfazer destas regras,
Que punem os inocentes,
Com absurdas esfregas,
O cansaço é permanente,
E a luta, não tem trégua.
Quando somos forasteiros,
Ficamos muito a deriva,
Prontos pra cair primeiro,
Mas se o tombo se esquiva,
Vem rasteiras novamente,
Desta vez passando a régua
O cansaço é permanente,
E a luta, não tem trégua.
Aprendi desde o inicio,
Nestas bandas do sudeste,
Que cada um tem o seu,
Mas só leva quem merece,
Desprezando o julgamento,
E obedecendo as regras,
O cansaço é permanente,
E a luta, não tem trégua.
Quarenta ano depois,
Desta minha aterrissagem,
Vejo as coisas positivas,
E nunca conto vantagens,
Nem relato sofrimentos,
Pois nada aqui é eterno,
O cansaço é permanente,
E a luta, não tem trégua.
Não falo só do laboro,
Pois deste já me livrei,
Mas não consigo alforria,
Da minha pouse de Rei,
Hei de vencer este intento,
Para não ir pro inferno,
O cansaço é permanente,
E a luta, não tem trégua.
Me agarro onde posso,
Buscando me regenerar,
Se não carrego remorsos,
Mas não posso festejar,
Preciso o arrependimento,
Do que fiz fora das regras,
O cansaço é permanente,
E a luta, não tem trégua.
Cordéis em oitavas, são estrofes construídas com oito versos com sete silabas em cada,
Com os dois últimos versos repetidos em todas as estrofes, a isto damos o nome de Mote.
(Miguel Jacó)
Sou um vencedor da vida
Nos embates desta luta
Eu jamais fugi à lida
Nem usei a força bruta
Caminhante, penitente
Deste destino - à léguas
O cansaço é permanente
E a luta, não tem trégua!
Para o texto: O CANSAÇO É PERMANENTE, E A LUTA,NÃO TEM TRÉGUA (T2347482)
Obrigado Milla Pereira por esta eximia interação.
Ao nascer eu recebi
Uma herança alvissareira
O documento eu li
Fiz dele minha bandeira
Trabalhei decentemente
Produzi e passei a régua
O cansaço é permanente
E a luta, não tem trégua.
Para o texto: O CANSAÇO É PERMANENTE, E A LUTA,NÃO TEM TRÉGUA (T2347482)
Obrigado Conceição Gomes pela eximia interação.