CORDEL – Mote: Tem pamonha de granel/Nesse vasto milharal -/- com os mestre no assunto

CORDEL – Mote: Tem pamonha de granel/Nesse vasto milharal

Com as festas juninas nas nossas portas, resolvemos optar por fazer esse cordel e recebemos, de pronto, a colaboração de poetas de boa cepa, cujos trabalhos vão abaixo:

Jerson

*

Nessa festa de São João

Acenderam a fogueira

Começou a brincadeira

Vou pegar o meu quentão

Alegrar o coração

Na quadrilha, nada mal

Diversão não vejo igual

Tiro o gosto com pastel

PAMONHA VEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

*

Tem vinho, tem pau de sebo

Tem canjica e pescaria

Curtição e alegria

Cabra bom e cabra "bebo"

Muita beleza percebo

Em tudo qu'é arraial

Este é mês especial

Às quermesses sou fiel

TEM PAMONHA DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

*

Vou comer muita pipoca

E também milho cozido

Caso seja seduzido

Eu encaro até paçoca

Um bolo de mandioca

Um pouquinho de curau

Iguaria especial

Tomo até pinga com mel

TEM PAMONHA DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Ansilgus colaborou assim:

Eu peguei uma brejeira

E com ela fui dançar

Ela não quis encostar

Eu entrei na gafieira

Estava muito faceira

Pensei isso é anormal

Mulher dessas sem igual

Não é boa de aluguel

PAMONHA VEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Mas ela queria quadrilha

Tive logo de atender

Adorei seu remexer

Fiz logo minha planilha

Com medo de sua filha

Disse não sou um homem mal

Persigo um prêmio cabal

Sou um grande menestrel

PAMONHA VEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Depois do rela bucho

Fomos beijar pra valer

Brincamos de esconder

Mas sem haver tanto luxo

Pensava eu era gaúcho

Pela pose é natural

Com cachaça não foi mal

Comecei esse tal cordel

PAMONHA VEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Grato Miguel Jacó, um grande mestre, pela interação:

Se o homem nasceu e se criou,

Habitando torrão desconhecido,

Conduzindo a vida com amor,

Evitando a conduta de mendigo,

Pois a sorte costuma ser hostil,

Derrotando a quem deu o azar,

E a injustiça vem do fogaréu,

Afetando a um povo colossal

PAMONHA VEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Todo vicio carrega sua cota,

De atraso na vida do pagante,

O sujeito vira um meliante,

O descrédito assume seu valor,

Mesmo se tornando um doutor,

A tendência é amargar o Fel,

Já mais chegará a bacharel,

Isto parece até coisa do astral,

PAMONHA VEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Nada pode aquele desvalido,

Em face a incerteza no amor,

Infeliz se diz um mau marido,

Denotando tristeza e terror,

Desconfia da sua preferida,

Que julgava honesta e fiel,

Agora expõe a face do mal

PAMONHA VEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Mario Roberto Guimarães não ficaria de fora:

Chegou a Copa do Mundo,

Estranho divertimento,

O povo esquece o lamento

E sempre mergulha fundo,

Qual fora um coma profundo.

Espera ser maioral

E o time, jogando mal,

Disputa correndo ao léu.

Pamonha vem de granel

Nesse farto milharal.

Espera-se, enfim, o dia

Em que se faça justiça

E não haja mais preguiça,

Quando a velha hipocrisia

Dê lugar à primazia

Do que não seja ilegal,

Com um plano social

Que não fique no papel.

Pamonha vem de granel

Nesse farto milharal.

Jacó Filho. Quem falou que ele ficaria de fora?

Sempre que junho chega,

Tem santo que não dorme...

Quem quer casar escolhe,

E pede até pras vesgas...

Os homens pras suas negas,

Rezam em prol dum final...

Pra tornar angelical,

Toda a sua lua de mel...

Pamonha vem de granel

Neste farto milharal...

Pedidos novos e velhos,

Postos numa fogueira...

Gente que faz besteira,

Mas ler os evangelhos...

Sabe cantar martelos,

Num repente genial...

Melhoram o meu astral,

Pois tem ajuda do céu...

Pamonha vem de granel

Neste farto milharal...

Carlos Soares, outro grande poeta pernambucano:

É gostosa pra chuchu

Munguzá, canjica, angu

Pra você saborear

Não deixe de aproveitar

O sabor é sem igual

Predileção nacional

Ao Brasil ela é fiel

Pamonha vem a granel

Nesse farto milharal.

Festa junina é demais

Tem bastante animação

Tem canjica, tem quentão

Todo gosto satisfaz

É festa de muita paz

De expressão nacional

Você vai ficar legal

Feito abelha no mel

Pamonha vem a granel

Nesse farto milharal.

Venha brincar o São João

Aqui em Caruaru

É só pegar o menu

Vir pra cá aproveitar

Essa festa é de lascar

Vai ser bastante legal

Não tem festança igual

Narrada nesse cordel

Pamonha vem a granel

Nesse farto milharal.

O São João do Nordeste

É uma festa animada

Tem forró e tem noitada

Pra todo mundo brincar

Venha correndo pra cá

Essa festa é sem igual

É melhor que o carnaval

Parece festa no céu

Pamonha vem a granel

Nesse farto milharal.

Giustina, grande amiga, interagiu assim:

A Copa em andamento

Brasil quer ser campeão

Porém tem a eleição

E é esse o momento

De fazer o movimento

Uma mudança geral

Em ano eleitoral

Embrulhada em papel

Pamonha vem de granel

Nesse farto milharal.

Atenção eleitorado

Olho na televisão

Veja bem quem eles são

Vai começar o babado

Não pagam nenhum trocado

Ainda acham normal

Um do outro falar mal

Quase nos deixam pinel

Pamonha vem de granel

Nesse farto milharal.

Se você não for esperto

Eles te levam no bico

Você paga belo mico

Não vota no cara certo

Buraco fica aberto

Lá na nossa Capital

Saiba que não é normal

Confundir milho com mel

Pamonha vem de granel

Nesse farto milharal.

Agradeço a oportunidade de estar entre os mestres do cordel, mesmo não sendo meu forte, o que é uma grande honra...

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Obrigado mestre Aristóteles Lima por sua presença nesta sala, valorizando ainda mais cada verso destes cordeis, que Deus lhe retribua devidamente.

ME ENCANTEI COM OS SEUS VERSOS

E COM AS INTERAÇÕES

MUITAS FORAM AS EXPRESSÕES

DESSES POETAS DIVERSOS

E PERMIÇÃO EU LHE PEÇO

PRA ENTRAR NESTE JOGRAL

ENCONTREI ESSE FANAL

PRA DIVULGAR MEU CORDEL

PAMONHA TEM DE GRANEL

NESSE FARTO MILHARAL

Para o texto: CORDEL – Mote: Tem pamonha de granel/Nesse vasto milharal -/- com os mestre no assunto (T2343675)