AMIGOS
Foram tantos que chegaram
para experimentar a cachaça
do mano Pedrinho,
que foi necessário
abrir um novo salão
de degustação da "marváda"!
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A CACHAÇA DO MANO PEDRINHO
(PARTE II)
FALÔ IM CACHAÇA...
Nunca vi um pôvu ancim,
Gosta tantu di cachaça
Na carona du Pedrim
Todus prováru a manguaça.
U recantu num aceitô
Tantu bebum, i cortô
A nossa festa na praça.
Mai num tem pobrema não
A genti dá logum jeitu
Abri u ôtru salão
Pra cabê todus márfeitu
Us cabôco vão chegânu
Da festa si apruximânu
Pra bebê pinga nu peito.
Us amigu qui chegáru
Dispois di passada a ora
Cum seus versu mi brindáru
Num pódi ficá di fora.
Pur issu arresurví
Fazê ôtra festa aqui
Inté u raiá da ôróra.
A mana Ulli chegô
Inté cum dô di cabêssa
Prum maridu preguntô
-Mai qui tontêra é essa?
Eli nem li arrespondeu
Sabi qui ela bebeu
Uma tacinha, ora essa!
Mirinha, Elen e Isabér
Chegâru as trêis juntinha
Quiria prova do mér
Qui tava na garrafinha.
Jacó Fio sisbaldô
Cum Catulu eli chorô
Pur causu da tár caninha.
Dispois qui contei u causu
Du baianu arretadu.
Qui quiria us aprauso
Mai num deu certo, coitadu!
Todo mundo tá pensânu,
Qué só a pinga í tumânu
Pras coisa tê mioradu.
A festa tava animada
Foi um sarau verdadêru.
A cachaça batizada
Findô, num deu nem pra chêru.
A pinga da Mãe di Santu
Foi pôca nessi Recantu
Aqui só tem cachacêru.
A cachaça si acabô,
Lá na venda du seu Santu.
A nutíssa si ispaiô
Na cidadi, im todu cantu.
Mandei comprá nu armazém
Meu Deus do céu, cumu tem
Pinguço nessi Recantu!
Essa festa vai durá
Inquantu dura a fulia.
O povão vai manguaçá
Inté u raia du dia.
Num vai tê cunversa à toa
Só vai tê cahaca boa
Cuanu eu vortá na Bahia
(Milla Pereira)
Hoje eu acordei foi tarde
Mas não foi pela bebida
Depois sem fazer alarde
Fui cuidar da minha vida.
Enquanto o mano Pedrinho
Vai bebendo de mansinho
A cachaça recebida.
Cuidado Pedrinho, cuidado
Com a cachaça do coco
Que deixa o ser mareado
E os ouvidos de mouco.
Pode ser que no seu caso
Vai andar pisando raso
Achando que ficou louco.
E se nada levantar
E você ficar na mesma
Melhor a cachaça dar
Pois não vai levantar lesma.
Mana Milla me contou
Que o baiano que tomou
Num levanta nem uma resma.
Pelo visto a cachaça
Não faz bem e nem faz mal
Quem bebe se enche de graça
E acha tudo natural.
É melhor tomar viagra
Quem sabe a patroa agrada
E terás um carnaval.
Da cachaça eu passo longe
É ardida pra danar
Prefiro ficar só olhando
O Pedrinho a "marvada" saborear.
(Isabel Ramos)
Água que bichu não bébi
i qui dá fora du poço;
Dessa água u BOTO gosta
mai num é pra jogá nu rosto.
É pra bebê nu gargálu
ou intão a prestação;
pódi sê de garrafinha
ou então di garrafão.
(Mirah)
Falando de meu defunto,
Eu também já viajei muito,
Pros alambiques da gerais...
Fazia o que não faço mais,
Posso até mudar de assunto...
Com pinga afoguei meus ais,
E onde tinha, eu tava junto.
(Jacó Filho)
Nossa se a moda pega,
A sarjeta não vai caber,
Vai faltar pinga na praça,
Porque vão todos beber,
Pedrinho ouça o conselho,
Vá devagar nesta manguaça,
(Elen Nunes)
Essa cachaça... da bôa
Qui fáis milágri, intão
Manda um gólim pro Catulo
Pur causa di pircisão
Eu quéru vê si mióra
U "cansádu", sem demora
Resorvêndu meu pobremão!
(Catulo)
Minha amiga Milla Pereira
Estou aqui pra agradecer
Aquela cana de primeira
Voltou a alegria do meu viver
O que eu julgava falecido
Ficou a noite toda erguido
Até hoje teima em descer!
Dei um pouco pra minha muié
Conforme você recomendou
Não aguentando ficar em pé
"Vão pra cama",logo falou
Até gritava: "Meu gostosão!"
Milla,só não sei por qual razão
Por outro nome me chamou!
(Pedrinho Goltara)
Mais qui cachaça gostosa
Qui rendi inté agora
Dexa us homi im polvorosa
I as muié num qué simbora.
Ocê faiz uma batida
Qui mata quarqué lumbriga
Mais um "bom" nun revigora.
Bem qui a mana falô
Eita povu cachacêru
Us istoqui si isgotô
Farta pinga nu terreru
U pai di santu isbraveja
Hoje só toma cerveja
Coitadu du macumbêru.
(Hull de La Fuente)
Cachaceiro inveterado
É assim que me apresento
Sou bebum e sou nojento
No bar eu sou escolado
Se tiver endinheirado
Eu poso de valentão
Vou tomar até quentão
Naquela festa junina
Sendo fã de canjebrina
Eu só vivo no balcão.
(Jerson Brito)