NA PORTA DO CU DO DONO
Tudo na vida tem fim.
Nada para sempre vive.
A vida tem seu declive
Com rola é bem ruim
Se não está mais afim
Entra num eterno sono
Já trabalhou muitos anos
Hoje velha e alquebrada
Vai viver abandonada
Na porta do cu do dono
Muito prazer sempre deu
A rola velha de guerra
Que agora a vida encerra
E muito priquito comeu.
Hoje essa peça de museu
Vive em total desabono.
O dono chegou ao outono.
A decadência total
Faz dormir o velho pau
Na porta do cu do dono.
Aquele que foi rei um dia
Hoje perdeu a majestade
Tem serventia por metade
A outra está em agonia
Mijar única serventia
Viagra pode ser abono
Pra tirá-lo deste sono
E dar uma sobrevida
Ou pra sempre está perdida
Na porta do cu do dono.
MOTE: MACIEL MELO E ZÉ MARCOLINO
GLOSA: HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, MAIO/2010