ABC para Luiz Gonzaga-paulo nunes batista

ABC para Luiz Gonzaga – O Rei do Baião

Paulo Nunes Batista

Email pnbpoeta@brturbo.com.br

A “Asa Branca” da Poesia,

Que é luz-que-nunca-se-apaga,

Dá-me toda a Inspiração

A fim de que eu cante a saga

Desse Cantor Brasileiro,

Rei do Baião, Sanfoneiro-

Rei- LUIZ “LUA” GONZAGA.

B Baião, música da gente

Do Nordestino Sertão,

Pôde, com LUIZ GONZAGA,

Reinar em toda a Nação,

De norte a sul do País:

Porisso mesmo, LUIZ

GONZAGA é o “Rei do Baião”.

C Cantor do Brasil – Nordeste,

Ele só vale por mil.

Na batalha da Cultura,

A sanfona é seu fuzil.

LUIZ GONZAGA, que eu louvo,

Rei da Música do Povo,

É o Porta Voz do Brasil.

D De numerosos sucessos

É, LUIZ GONZAGA, autor.

Puxou enxada na Roça,

Foi Vaqueiro e Lavrador

Na sua Exu Nordestina...

Mas, trouxe, do berço, a sina

De ser um grande Cantor.

E Exu, a sua cidade,

LUIZ GONZAGA deixou

- o seu Riacho da Brígida,

onde em Menino brincou.

Mas, cabra bom de pagode,

A sanfona pé-de-bode

Na matula carregou.

F Fardou-se, assentando praça

No Exército Nacional.

Mas, a carreira das armas

Não era seu ideal:

Suas balas eram o Som

-fez, da alma do Acordeon,

o seu fuzil musical!

G Gonzaguinha, o filho dele,

Na mesma pisada vai.

A tradição da família

Com Gonzaguinha não cai:

Trouxe o dom hereditário

De seu Avô Januário

E LUIZ GONZAGA, o pai.

H Humberto Teixeira, o grande

Poeta-compositor,

Uniu-se a LUIZ GONZAGA,

Dando mais força ao Cantor:

Dessa perfeita união

Novo ritmo – o Baião-

Veio mostrar seu valor.

I Iniciou nova fase

Na Música Popular

O BAIÃO – fazendo o Povo

O que era nosso cantar:

LUIZ GONZAGA, o Sertão

Trouxe na palma da Mão

Pro mundo todo dançar.

J Januário, o Sanfoneiro,

Transmitiu ao filho o dom.

É LUIZ GONZAGA, um mestre

Nas teclas do acordeon.

E, Gonzaguinha, seu filho,

Do avô e do pai ao trilho

Faz, em música, o que é bom.

L LUIZ GONZAGA firmou-se

Por sua autenticidade,

Trazendo a Voz do Sertão

Para cantar na Cidade.

Com seu “No meu pé de serra”

Ganhou logo, em nossa terra,

Grande popularidade.

M “Madame Baião” – Helena...

Baião bom como ele só...

“Légua Tirana” – Zé Dantas...

O xote “No Piancó”...

“Assum Preto”... “Juazeiro”...

“Paraíba”...- é o Sanfoneiro

dando e desatando nó...

N Na “Moda da Mula Preta”

LUIZ mostra como é

A fibra do “Boiadeiro”...

Na “Estrada de Canindé”

E no “Xote das Meninas”

- as raízes nordestinas

mostra bem vivas, de pé!

O “Ovo de Codorna” – é

Grande sucesso, de novo...

“Padroeira do Brasil”,

junto a “Sanfona do Povo”,

“Vozes da Seca” (toada)...,

é essa Voz iluminada

do meu Nordeste, que eu louvo!

P Povo é o Brasil imortal,

A alma pura brasileira,

Que em LUIZ GONZAGA tem

Seu brasão, sua bandeira,

Sua música, seu fole,

Seu Som que com o Povo bole

Num coco, frevo ou rancheira!

Q Quadra, quadrilha, quadrão

Quem viu cantar e dançar;

Coco, forró e xaxado,

Balance, balancear;

Xote, baião e pagode

- a um bom fole pé-de-bode

valor melhor pode dar.

R “rei do Baião” é LUZ

GONZAGA, pernambucano,

Que, no tecido do fole

Corta certo e sem engano,

Caprichando no arremate,

Como perito “ALFAIATE”,

Mas não “DO PRIMEIRO ANO”...

S Sanfona tem seus segredos,

Suas manhas, seu mister,

Seus mistérios, suas dicas

-não vai nas mãos de um qualquer.

Quem não sabe o jeito, a tõnica,

Não conquista o fole, a harmônica,

Pois – a Sanfona – é mulher...

T “Treme Terra” – esse nome

Do garboso Regimento

A que GONZAGA serviu

Com honra e devotamento:

Praça 122

Viria a ser “rei” depois,

No trono do Sentimento!

U Uma sanfona, um zabumba,

Um reco-reco, um ganzá,

Lua-Cheia, em Pernambuco,

Paraíba ou Ceará

E as caboclas requebrando,

LUIZ GONZAGA cantando

-ninguém nunca esquecerá...

V Viola pra violeiro

-cada um fica na sua” -;

Sanfona pra Sanfoneiro,

Baião para Luiz “LUA”

GONZAGA, o bamba da zona

Que, nos baixos da Sanfona

Abre alas, tranca rua...

X Xis ‘stá no meio de Exu

E depois do ó de “ô, xente!”

O xis de LUIZ GONZAGA

É agradar a alma da gente:

Tocando, com mais de légua

Sua Sanfona “pai dégua”

Deixa o Brasil sorridente...

Z Zé Dantas, poeta macho,

É filho do Pajeú.

Em “ A Volta de Asa Branca”

Veste o sertão nu e cru

Com Chuva e esperança acesa,

Como o veste de Beleza

LUIZ GONZAGA de Exu!...

Anápolis-GO, 07-05-1980

maria do socorro cardoso xavier
Enviado por maria do socorro cardoso xavier em 30/08/2006
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