O CANÁRIO PRISIONEIRO
Eu nasci lá no mato
Onde era livre e bem a vontade
Hoje me encontro nesse lugar
Mas não consigo me acostumar
Com esse barulho da cidade.
Um dia inocentemente
E até mesmo por curiosidade
Vi uma diferente alimentação
Fui mais um num assalpão
E que fui vendido na cidade.
Me venderam um pássaro cantador
Prenderam em mim uma argola
Atrás daquela grade eu não pude bater asas
Onde alí naquela casa
Que a chamavam de gaiola.
Estou agora bem distante
Já não alegro mais o meu habitar
Já não canto mais como antes
Não me dou com tantos visitantes
Que chegam pra ouvir meu cantar.
Nunca mais tomei um sol
Só vejo uma claridade diferente
Se essa gaiola eu pudesse abrir
Daqui eu iria fugir
Eu ia voltar urgentemente.