“Brinquedo belo e formoso nasceu meu boi caprichoso”
Meu senhor me dê juízo
Para que eu seja preciso
E que eu venha contar
Desse nosso boi bumbá
Sem usar do vil engano
Caprichoso o boi de pano
O campeão desse lugar!
Migraram do Ceará
Por motivos que não sei
Tres irmãos vieram cá
Conquistar o rio mar
E aqui ficaram de vez
Em um gesto singular
Nova vida aqui se fez
Trouxeram boa bagagem
Do bumba meu boi maranhense
E os moldes da roupagem
Das marujadas paraense
E a riqueza em detalhes
Que recebeu os olhares
Dos valores dessa gente
Na ilha já radicados
Fizeram uma promessa
Para são João amado
O padroeiro da festa
Alcançado o pedido
Para o são João amigo
Pagaram logo o devido
Fizeram um boi de pano
Que aqui foi consagrado
Para o santo protetor
Em junho foi ofertado
Recebido com louvor
O povo todo o exaltou
Aqui fez o seu reinado
Os irmãos Cid que um dia
Pagaram sua promessa
E trouxeram a alegria
Pra esse canto da floresta
Onde o canto do Uirapuru
Ecoa no céu branco e azul
Para a alegria dessa festa
Dessa mística união
Nasceu nosso boi bumbá
Das raízes dos caboclos
Do maranhão e pará
Se arraigou nesse chão
De farto peixe e pirão
Das terras tupinambá
As cores da marujada
O azul e o branco da paz
Foram as cores sugeridas
Pelos marujos do cais
Tal influencia que foi
Trazida até o nosso boi
Dessas andanças dos tais
O Valente caprichoso
Na testa uma estrela traz
Anunciando que o boi
Da brincadeira, é capaz
Sai Saudando os visitantes
Os de casa e os passantes
E até mesmo os rivais...
O folguedo de são joão
É uma festa caprichosa
Tem mingau de munguzá
Na cuia quente tacacá
Tem fogueira pra pular
Nessa cultura popular
Temos toada de roda
O campeão da floresta
No ritmo dessa festa
Dum povo justo e capaz
Um novo canto aqui traz
Pois cantamos em defesa
Da nossa mãe natureza
Somos amantes da paz!
[a história do boi de Parintins, (boi caprichoso) contada in versus]
Joelma maia