TIPOS DE CORNO

Nós vamos listar agora,

Os vários tipos de corno

Que há no Planeta Terra,

Exibindo os seus adornos

Tens os que não se incomodam

E os que querem seu estorno

Que até partem pro suborno.

Mas pela ordem alfabética

Falo dos tipos de corno.

E mostro a sua genética

Numa forma divertida

Também bastante poética.

Estudos da cibernética

Nos falam num Corno Ateu

Chifrudo, não acredita

Que sua mulher alguém comeu.

Pior do que o Corno Atleta

Que levou um chifre e correu.

Atrevido o que se meteu

Na conversa da mulher

Com o próprio Ricardão.

Tem Corno Azulejo até:

Baixinho, quadrado e liso.

Mulher dá a quem vier.

Se vai embora a mulher.

Deixando penca de filho

É o tal Corno Banana

Sem nenhum trocadilho.

Indivíduo desta espécie

Pode chamar bigorrilho.

Tem o que sem perder brilho

Diz vai tomar solução.

Famoso Corno Bateria,

Que vive só de ilusão.

Tem o Corno Bem-te-vi.

Vê mulher com Ricardão,

Dentro dum belo carrão.

Bem, te vi. É só que diz.

Bonzinho empresta mulher

Pro amigos e fica feliz.

O Brahma pensa que é

Número Um, o infeliz.

Só não briga por um triz,

Ao ser de corno chamado:

Esse é o Corno Bravo

Sujeito bem afamado.

Brincalhão no carnaval

Sai de Ricardão fantasiado.

Não entendo, diz, abismado,

O Corno Burro se flagra

Mulher saindo do motel.

A sua dor não é isquiagra. (dor nos quadris)

Na verdade é um chifre

Que a ele muito consagra.

Pra chifre não há rizagra. (instrumento pra extrair dente)

O corno que vive armado,

Esperando o Ricardão,

De Caçador é chamado.

Tem o Corno Camarada,

Que mesmo sendo chifrado

Dá dinheiro emprestado

Para o próprio Ricardão.

Caninha chega embriagado

Pra esquecer da solidão,

Do chifre que a mulher bota

Sem menor contemplação.

Devida à sua paixão

Corno Castiçal, Candeeiro

Leva vela pro Ricardão

Poder chegar no terreiro

Dar beijos na sua mulher

E ele cuidar do herdeiro.

Quem vive todo faceiro

E o Corno Carrapato

Sempre grudado na mulher,

Pra não ter concubinato.

E manter sua cornagem

Sempre no anonimato.

Porém quem não crê no fato,

Pensa que a mulher é santa

É o tal Corno Católico.

Bem pior do que aquele anta,

Chamado Corno Cebola,

Verdadeiro sacripanta

Sua mulher a outro encanta.

O tal Corno Cento e Vinte

Mulher faz sessenta e nove.

É só por esse grande acinte,

Toma uma Cinqüenta e Um.

Já no momento seguinte

Mais um corno sem requinte,

É o tal Corno Churrasco.

Por mulher mete mão no fogo

Mas ela é mesmo um fiasco

Ele trama sua vingança

E vai dar o velho frasco,

Ou se jogar dum penhasco.

Quem leva chifre e se muda

É o Famoso Cigano.

Pra que a coisa não “expluda”,

Ele reza, chora, bebe,

E faz figa com arruda

Pra que um amigo o acuda.

O Cururu ficha inchado

Se a mulher vê com outro,

Com medo deixa de lado.

E com o passar do tempo

Logo fica conformado.

Cuscuz está confirmado

O corno que vê e abafa.

E para afogar as mágoas

Se agarra com a garrafa.

Leva vida libertina

Que parece uma marafa.

Mas da fama não se safa.

Aquele que não parece,

O famoso Denorex.

Dele ninguém se esquece.

Desfila com a mulher,

Também com ela se aquece,

É Descarado e sua messe.

E o Corno Desconfiado,

Procura em casa o Negrão.

O Corno Desinformado

É único que não sabe.

Que está sendo corneado.

Sempre muito informado

Detetive tudo sabe

Sobre a mulher dos outros

Pensa também que não cabe

Na sua cabeça um chifre.

Já o Corno Dinossauro

Antes que tudo desabe

Grita pra mulher, pois sabe

Que o negrão está em casa.

Comendo a sua mulher.

Os dois ‘tão mandando brasa.

E ele grita de bem longe

Antes da Faixa de Gaza.

Quando entra o Negrão vasa.

Porém o Corno Educado

Cumprimenta o Ricardão

De modo desfaçado

Pensa que o povo não sabe

Que ele também é corneado.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, MAIO/2010