CORDEL PARA VICENTE DE CARVALHO
(Vicente Augusto de Carvalho - Santos, 05/04/1866 – 22/04/1924-ABL foi o segundo a ocupar a cadeira nº29, que tem como patrono Martins Pena)
Advogado e político,
Magistrado e jornalista.
Nasceu em terras praianas
Aqui em solo santista
Onde o mar foi testemunha
Desse poeta humanista.
Nos idos mil 866
Em abril do quinto dia,
Filho do major Higino
O então poeta nascia
Embalado por sua mãe
E também pela poesia.
Veio depois do primário
Estudar na capital
Lá no colégio mamede
Da São Paulo “provincial”
O menino já poeta,
Mostrava-se genial.
Faculdade de direito
Já com vinte, bacharel.
Republicano ferrenho
Desempenha o seu papel
Sem perder a suavidade
De poeta menestrel.
A poesia florescia
Com tendências parnasianas.
Grande artíficie dos versos
Lá pelas orlas praianas.
Versos rasos.(sobre a areia)
Fundos versos. (marianas)
Ante ao golpe de Deodoro,
Lá em Franca foi morar.
“Profundo golpe em seu peito
como profundo é o mar,
que lhe era como um ópio
versos, sangue elementar”.
Nas ardentias das tardes
Seu coração marulhava,
E na alvura de uma brisa,
Enquanto o sol descambava,
Mais um verso, uma prosa,
O poeta alinhavava.
“Deixa-me, deixa-me fonte
dizia a flor a chorar”
“E fugindo ao cativeiro
vejo palavras ao mar”
“Relicário, voz dos sinos”
Foste o poeta do mar!
Hoje há uma estátua erguida
Relevando o bem-feitor.
Na política e na cultura,
Chama ardente sim senhor...
Foi Vicente de Carvalho
Grande poeta e doutor.
José Alberto Lopes®
2005