A LITERATURA BRASILEIRA EM CORDEL VI: O SIMBOLISMO E O PRÉ-MODERNISMO
O SIMBOLISMO E O PRÉ-MODERNISMO
Este cordel vai falar
Da escola simbolista
Que fez bonitos poemas
Na arte de seus artistas.
Há também Pré-Modernismo
Outro momento bem-visto
Que a todo leitor conquista.
O Simbolismo surgiu
Lá no século dezenove
No ano noventa e três
Até hoje nos comove
Com sua arte bonita
O escritor simbolista
Emociona e envolve.
“Missal” e também “Broquéis”
Deram início a essa escola
São do autor Cruz e Sousa
Dois livros que são da hora
Que renovaram a poética
No estilo e na métrica
Começando outra história.
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Muito diferentemente
Do nosso Parnasianismo
O Simbolismo aproxima-se
Das obras do Romantismo
Por fazer uma poesia
Vaga e subjetiva
Sem temas do Realismo.
Os simbolistas procuram
Unir o material
De uma forma terrena
Ao mundo espiritual
Diferentes dos românticos
Que citavam em seus cânticos
A morte como final.
Acreditam na idéia
De que tudo que existe
Neste mundo natural
Não demora, não resiste
Depende do espiritual
Tudo do mundo real
São símbolos para o decifre.
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Ânsia pelo absoluto
Faz o simbolista tentar
A matéria e o espírito
Juntar e unificar
Sua arte é sugestão
Fluidez e negação
Da poesia que há.
Para os nossos simbolistas
Poesia é expressar
Mistérios da alma e da vida
Sem poder os nomear
Deve apenas sugeri-los
Usando o som e o símbolo
Pra poesia enfeitar.
Em suma a poesia
Da escola simbolista
É mistério, imprecisão
Na mente de seus artistas
Usam musicalidade
Pra produzir com vontade
Uma arte bem bonita.
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Os principais simbolistas
Da poesia brasileira
Alphonsus de Guimaraens
Que defendeu a bandeira
Desse nosso Simbolismo
Ficou com muito prestígio
E com brilho de estrela.
Alphonsus de Guimaraens
Fez bastantes obras líricas
O “Sentenário das Dores”
“Kiriale”, “Dona Mística”
Seus temas são: misticismo
Sem lugar pro erotismo
Com muito amor e cantiga.
Há também o Cruz e Sousa
Outro escritor importante
Deu início ao Simbolismo
Foi mui significante
Seus textos são pessimistas
Também são materialistas
Foi, da forma, um amante.
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Escreveu: “Missal”, “Broquéis”
Dando início a essa história
Seus “Tropos e fantasias”
Trouxeram-lhe muita glória
“Faróis” e “Evocações”
“Últimos Sonetos” sons
Marcantes nessa escola.
Mil novecentos e dois
Acalma-se o Realismo
Junto com ele também
Serena o Simbolismo
Tendo início outra tendência
Que naquele ano aumenta
Chamada Pré-Modernismo.
Período de transição
Considerado modismo
Não tem traços literários
É apenas o início
De tendências e de temas
Que provocaram dilemas
Firmando-se no Modernismo.
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As obras pré-modernistas
Têm iguais características
Ruptura com o passado
Aspectos regionalistas
Denúncia da realidade
Brasileira com vontade
De acabar essas “políticas”.
Descoberta do Brasil
Desprezado e humilhado
Tipos humanos carentes
Muito marginalizados
Ligação com os conflitos
Econômicos, políticos,
Sociais encadeados.
Augusto dos Anjos e
O simples Lima Barreto
Nosso Euclides da Cunha
Pré-modernistas sem medo
Também Monteiro Lobato
Nosso grande literato
Escritores sem segredo.
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Augusto dos anjos tem
Uma obra muito eclética
Parnasiano na forma
Simbolista na estética
Também é pré-modernista
Com um tom cientificista
“Eu”, a grande obra poética.
Lima Barreto escritor
Simples e objetivo
Denunciou preconceitos
Da sociedade os vícios
“Clara dos Anjos” escreveu
“Policarpo Quaresma” é seu
Completo e melhor livro.
Euclides da Cunha foi
Jornalista e escritor
Que escreveu “Os Sertões”
Onde o mesmo relatou
A Revolta de Canudos
Com olhar sutil e agudo
A verdade ele contou.
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O Brasil pré-modernista
Teve um grande literato
Que mostrou nossos problemas
Em seus livros e relatos
Escreveu bastantes obras
“Urupês” “Cidades Mortas”
Nosso Monteiro Lobato.
Maior autor infantil
De toda nossa história
Com “Sítio do Pica-pau”
Sua arte ainda vigora
Ele escreveu com carinho
“Reinações de Narizinho”
“Jeca Tatu” e outras obras.
O ano de 22
Esfria o Pré-Modernismo
Dando início à outra escola
Chamada de Modernismo
Renovando toda arte
Que nos cerca e nos invade
Com bastante humorismo.