SAUDADE MALDITA
Hoje nesta casa na cidade
Me lembro com tanta saudade
Quando no album eu vejo
Umas fotos lá do sertão
Naquele pedaço de chão
O meu pai era um matuto sertanejo.
Mas que saudade maldita
Que tudo aquilo ressucita
É um filme na minha mente
É um passado vivo na memória
Apesar de hoje ser só história
Mas a saudade faz o passado ser presente.
Pareço que vejo aquelas laranjeiras
Os bezerros presos na mangueira
E as vacas sendo preparadas para ordenhar
Lá na seva o porco engordando
No puleiro as galinhas se acomodando
E a peonada chegam pra descansar.
Nas manhãs o orválho na beira do trilho
Molhando as folhas do arroz e milho
Molha também os pés dos que passavam
Enquanto no caminho pra escola
Na lama o carro que atola
Mas alí ninguém desanimavam.
Hoje até choro de saudade
Bem distante aqui na cidade
Não esqueço de tantas alegrias
Embora sabendo que tudo é passado
Sabendo que hoje esta tudo mudado
Só descobri que era feliz e não sabia.
Hoje com simples fotografias
Me trás tanta saudades daqueles dias
Pareço que ainda estou vivendo naquele passado
Se sou saudosista por isso não sei
Só sei que jamais eu esquecerei
Daquele meu mundo encantado.