A LITERATURA BRASILEIRA EM CORDEL IV: O ROMANTISMO
O ROMANTISMO
Este cordel vai falar
Da Era Nacional
Que apresenta cinco escolas
Com enredo original
Romantismo e Realismo
Simbolismo e Modernismo
Literatura atual.
No fim do século dezoito
Há uma renovação
Na escolha de novos temas
E na forma de expressão
Que surgiu lá no estrangeiro
Buscando novos modelos
E fontes de inspiração.
Chamou-se Pré-Romantismo
Essa tal transformação
Na Alemanha e na Inglaterra
Teve sua introdução
Ganhou forma e liberdade
E contemporaneidade
De Romantismo menção.
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Na era do Romantismo
E recém-independente,
O Brasil procura ser
Uma nação diferente
Mostra originalidade,
Individualidade
Para as nações imponentes.
Atrai reconhecimento
Perante outras nações
Se desenvolve nas artes
Cresce nas exportações
É um país para frente
De escritores competentes
Com várias aspirações.
Gonçalves de Magalhães
Usando um grande artifício
Com os “Suspiros Poéticos
e Saudades”, deu início,
Na era mil e oitocentos,
Trinta e seis, ano-momento,
Desse nosso Romantismo.
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Ascensão da burguesia
De seus valores também:
Liberdade individual
E liberalismo além
Fez crescer a nossa arte
Romântica que nos invade
Nos fazendo grande bem.
Surge insatisfação
Com a tal vida burguesa
Gerando um sentimento
De tédio, em toda nobreza
Com o mundo há desencanto,
Há também um desengano
É grande essa tristeza.
A situação acima
Passa pra arte romântica
Se transformando em temas
Dessa arte que encanta
Mostrando na poesia,
Na prosa do dia-a-dia
Tédio, amor e esperança.
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O Romantismo apresenta
Bastantes características
É grande o nacionalismo
A arte é subjetiva
Há bastante emoção
A negação da razão
Em prol duma arte bonita.
Há negação dos valores
Pregado pelo Arcadismo
A arte deve ser pura
Emotiva, sem juízo
Prevalece o coração
Liberdade de expressão
Principal objetivo.
A força da arte romântica
Deve estar no conteúdo
O artista expõe seu mundo
Interior e confuso
Através de vários temas
Que trazem vários dilemas
Para um amor tão profundo.
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Os seus temas principais
São introversão e tédio,
Nacionalismo e morte
Paixão e amor eterno,
A mulher é uma deusa,
É um anjo de pureza
Intocável em seu castelo.
Na poesia, o romântico
Rompe a rigidez formal
Preferindo a liberdade
Da criação natural
E a expressão do amor
Da fantasia e da dor
De forma sentimental.
A poesia romântica
Mostra musicalidade
Emprego dos versos livres
Da subjetividade
Há estrofes regulares
Há também irregulares
É grande a diversidade.
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A poesia também
Em três fases é dividida
A 1.ª apresenta
Grande tédio pela vida
A 2.ª, erotismo
A 3.ª o monarquismo
E a decadência sofrida.
Primeira fase romântica
Chama-se nacionalista
Por exaltar o Brasil
Foi também indianista
No tema há saudosismo
Momentos de pessimismo
Com uma obra bonita.
Gonçalves de Magalhães
E nosso Gonçalves Dias
Seus principais escritores
Na arte da poesia
Falaram da natureza
Exaltando nossa beleza
Com bastante alegria.
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Precisamente nas décadas
De quarenta e de cinqüenta
Lá no século dezenove
Com visão muito egocêntrica
Há o Ultra-Romantismo
Com seu subjetivismo
E tédio pela existência.
Segunda fase romântica
Chamada de Mal-do-século,
Geração Byroniana
Mostra exagero poético
Erotismo obsessivo
Um estado depressivo
A morte é o remédio.
Seus principais escritores
Foi o Fagundes Varela
Também o Junqueira Freire
Que deixaram obras belas
O Álvares de Azevedo
Que escreveu sem segredo
Sua “A noite na Taverna”.
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Nossos poetas românticos
Da terceira geração
Para o abolicionismo
Voltam sua atenção
Também para a decadência
Da monarquia em vigência
Que sofrem com a pressão.
Entre os temas recorrentes
Figura o sofrimento
Dos escravos, merecendo
Destaque no tratamento
O poeta Castro Alves
Que imita o condor, ave
Símbolo do movimento.
A geração condoreira
Como assim ficou chamada
Devido ao condor
Ave que foi imitada
Por voar a grande altura
Com liberdade madura
Foi bastante elogiada.
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Durante o Romantismo
Desenvolveu-se bastante
A prosa de ficção
Sobretudo o romance
Devido ao povo leitor
Autores, consumidor
Que foram muito importantes.
Vários temas trabalhados
Destacando-se nitidamente
O desejo de criação
De uma arte competente
Totalmente nacional
Pura e original
Com escritores da gente.
Dessa forma o romance
Tornou-se investigação
Da realidade brasileira
Com grande inspiração
Romance regionalista
De costume, indianista
Histórico e de ação.
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Nosso teatro também
Cresceu muito no período
Marcado pela intenção
Do nosso nacionalismo
O escritor Martins Pena
Roubou toda essa cena
Com seu teatro atrevido.
Luís Carlos Martins Pena
Destacou-se no teatro
E nos folhetins anônimos
“Semana Lírica” chamados
Escreveu muita comédia
Mas também fez a tragédia
Foi um autor respeitado.
O Romantismo apresenta
Autores e obras raras
Como o Gonçalves Dias
Que na arte se destaca
Com os seus “Primeiros Cantos”
“Os Timbiras”, “Últimos Cantos”
Deixou uma obra vasta.
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O Álvares de Azevedo
Da geração mal-do-século
Seu maior representante
No tema e campo poético
Fez “Lira dos Vinte Anos”
“Noite na Taverna” ano
Em que escreveu “Macário”.
Castro Alves expoente
Da geração condoreira
Denuncia a escravidão
E defende a bandeira
Da mulher, da liberdade
Com muita força e vontade
Fez a arte brasileira.
O José de Alencar
Destacou-se foi na prosa
Com rigidez escreveu
Vasta e influente obra
Fez a arte nacional
Com percepção social
E estética rigorosa.
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Escreveu “O Guarani”
“Iracema” e “Ubirajara”
Escreveu “O Sertanejo”
Também “As Minas de Prata”
“Lucíola” e “O Gaúcho”
Escreveu “Cinco Minutos”
Sua obra é linda e rara!
Há também outros escritores
Que merecem reverência
O Visconde de Taunay
Com seu livro “Inocência”
Joaquim Manuel de Macedo
Que escreveu sem segredo
“A Moreninha” e a decência.
O Bernardo Guimarães
Outro escritor romântico
Compôs “O Seminarista”
“A Escrava Isaura” um encanto
Pela vida e a natureza
Tudo com muita beleza
Foi um escritor bacana.